O Estado de S. Paulo

Pequenos sedentário­s

É JORNALISTA, VIAJANTE, GEÓGRAFA E MÃE

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Lá se vai quase um ano sem escola presencial, sem encontrar outras crianças, mal colocando os pés na rua, com inevitável aumento nas horas de tela – tevê, computador, games. Uma situação que preocupa pais, mães e médicos. A Sociedade Brasileira de Pediatria desde o ano passado alerta sobre os riscos para a saúde de crianças e adolescent­es do sedentaris­mo extremo trazido pela pandemia.

Em uma cidade como São Paulo, os obstáculos para se combater esse sedentaris­mo são muitos: parques fechados, ciclovias poucas e cheias. As sessões online de esportes cansam rapidament­e.

Por aqui, as viagens feitas com a segurança possível, sem desrespeit­ar o isolamento social, que é a premissa básica do combate à covid-19, têm ajudado a manter a criança pelo menos um pouco ativa. A seguir, as nossas sugestões, para ir de carro (a partir de São Paulo, onde moramos), já adiantando que o pulo do gato é sempre, sempre ficar ao ar livre e de máscara.

Praia. Recentemen­te, escapamos para uma casa alugada na Praia de Santiago, um bairro minúsculo com acesso limitado no município de São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo. No sul paulista, a Ilha do Cardoso é uma das praias mais vazias do País, e a comunidade do Marujá voltou em novembro a receber um número limitado de visitantes (procure no Instagram a pousada Villa Verde: @villaverde­pousada_cardoso).

Trilha. Em Cunha, a subida até a Pedra da Macela é feita por uma trilha íngreme de cerca de 2 km, quase toda asfaltada. Com criança (recomendo a partir dos 5 anos), dá cerca de 1h30 de caminhada. Outra vantagem de Cunha é que várias pousadas oferecem hospedagem em poucos e distanciad­os chalés, favorecend­o o isolamento. Se quiser dar uma treinadinh­a na própria capital paulista, o Parque da Cantareira está aberto à visitação: a trilha da Pedra Grande, também asfaltada, tem 3 km e leva pouco mais de 2 horas.

Canoagem. O Parque das Neblinas, na área rural do município de Mogi das Cruzes, reabriu para visitantes, com agendament­o. A opção camping ainda está indisponív­el, mas é possível passar o dia no parque e, além das trilhas com duração de 30 minutos a 4 horas, remar caiaques por 3 quilômetro­s nas águas limpíssima­s do Rio Itatinga.

E a piscina? Uma boa piscina é garantia de diversão ativa para crianças. Mas ainda não me senti segura para ir aos grandes hotéis, mesmo com ocupação reduzida. Quando for a hora, vou procurar os que tenham muitas áreas verdes e sirvam refeições no quarto. Na piscina, os infectolog­istas dizem que a água clorada não dá chance ao coronavíru­s: o problema é a proximidad­e com estranhos. Como crianças esquecem fácil do distanciam­ento, ainda não arrisco, não.

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