Aras promete ir à Justiça para barrar inquérito do STJ
Corte abriu investigação após a divulgação de conversas atribuídas a procuradores que atuaram na Lava Jato
O procurador-geral da República, Augusto Aras, disse ontem que pretende acionar a Justiça para tentar barrar o inquérito do Superior Tribunal de Justiça que investiga ex-integrantes da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Para o chefe do Ministério Público Federal, a iniciativa do STJ é “extremamente grave e preocupante”. Uma das possibilidades, segundo Aras, é apelar à Corte Interamericana de Direitos Humanos.
“Subprocuradores-gerais da República, procuradores regionais e procuradores estariam ou estarão sendo investigados. Este é um assunto extremamente grave e preocupante, porque não se trata somente de investigar membros do Ministério Público Federal. Trata-se de um expediente que pode atingir todos os tribunais brasileiros no que toca aos membros do Ministério Público brasileiro”, afirmou Aras durante a sessão do Conselho Superior do Ministério Público Federal.
Aras ainda leu um abaixo-assinado subscrito por dezenas de procuradores em reação ao inquérito. O texto lembra que membros da instituição só podem ser investigados por determinação do próprio procurador-geral. “Preparamos a defesa das nossas prerrogativas, do sistema constitucional brasileiro, e também buscaremos salvaguardar a nossa instituição”, disse Aras.
Mensagens. Na semana passada, o presidente do STJ, ministro Humberto Martins, determinou a abertura de inquérito para apurar suposta tentativa de intimidação e investigação ilegal contra ministros da Corte por parte de procuradores da extinta força-tarefa da Lava Jato no Paraná. A apuração se baseia em mensagens atribuídas a procuradores obtidas por hackers e apreendidas na Operação Spoofing.