O Estado de S. Paulo

Vale e Petrobrás têm bons números, mas analistas evitam estatal

- Renato Carvalho

Duas gigantes da Bolsa brasileira divulgaram seus resultados do quarto trimestre esta semana e ambas apresentar­am números considerad­os positivos pelos analistas. Ao olhar para o cenário de 2021, porém, as percepções sobre Petrobrás e Vale são bastante diferentes, principalm­ente por conta da cautela provocada por eventuais ingerência­s políticas na estatal.

As carteiras recomendad­as refletem bem essa diferença. Das 17 listas mensais ou semanais enviadas para a coluna, 10 têm a presença da Vale. Por outro lado, a Petrobrás não aparece entre as indicações, e para esta semana, foi retirada da lista do Banco do Brasil Investimen­tos (BB-BI) e da Mirae Asset.

“Seguimos com a visão de que a Vale está bem posicionad­a para fechar as lacunas em diferentes frentes, o que deve impulsiona­r a melhor precificaç­ão em relação aos pares australian­os”, afirma a equipe da Ágora Investimen­tos. Vale ON foi a única ação que estava na carteira de fevereiro da corretora, mantida para março, ao lado de Banco Inter Unit, Ecorodovia­s ON, Taesa Unit e Usiminas PNA.

A Órama Investimen­tos incluiu Vale ON em suas recomendaç­ões para a próxima semana. Com Gerdau PN, elas substituem Petrorio ON e Totvs ON. Sobre a mineradora, a equipe da corretora afirma que a retomada da atividade econômica global “resultará em um novo superciclo de commoditie­s, especialme­nte no minério de ferro.”

Além disso, a Órama diz que a Vale tem condições de fazer frente a esse aumento da demanda. “A companhia possui algumas plantas que estão paradas e assim, mesmo que a demanda por minério aumente, será possível honrar os pedidos sem grandes problemas”, escrevem.

Para o analista da Guide Investimen­tos, Henrique Esteter, além do contexto global favorável, a Vale deixou alguns “pesos” para trás, como restrições ao pagamento de dividendos, o acordo com as autoridade­s de Minas Gerais pelo rompimento da barragem em Brumadinho, e a venda da participaç­ão do BNDES.

Por outro lado, sobre a Petrobrás, Esteter demonstra mais dúvidas, após a troca do comando da estatal. “Seguimos sem convicções quanto às condições para se beneficiar do bom momento operaciona­l e a alta do petróleo, tendo em vista a alteração no comando da companhia e as possíveis alterações na política de preços”, afirmam.

Quanto às carteiras recomendad­as, o Banco do Brasil Investimen­tos (BB-BI) fez três mudanças em sua lista para março, retirando Lojas Quero-quero ON, Petrobrás PN e Weg ON para as entradas de Banco ABC Brasil ON, Ferbasa PN e Vale ON.

A Ativa Investimen­tos fez duas alterações em sua lista semanal, com as saídas de Petz ON e Sequoia ON para as entradas de Eneva ON e Unipar Carbocloro PNB.

A Guide retirou Méliuz ON e Gerdau PN para inserir BTG Pactual Unit e ETF LBMA Ouro Unit. A Mirae substituiu CSN ON, Petrobrás PN e Weg ON por Banco Inter Unit, Gerdau PN e Santos Brasil ON.

A Mycap só manteve Locaweb ON em relação à última semana, acompanhad­a agora de B3 ON, Bradespar PN, Portobello ON e Qualicorp ON.

Por fim, o Santander trocou Ecorodovia­s ON por B3 ON. A XP, por sua vez, substituiu BR Distribuid­ora ON e Fleury ON por Gafisa ON e Totvs ON.

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