O Estado de S. Paulo

Associação de revendas avalia ir à Justiça

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A disputa por suas revendas mais rentáveis travadas por concorrent­es ocorre paralelame­nte às difíceis negociaçõe­s da Ford com a Associação Brasileira de Distribuid­ores Ford (Abradif) sobre a indenizaçã­o a ser paga aos revendedor­es, alguns deles grupos familiares com 60 anos de representa­ção da marca.

A entidade avalia entrar com ação na Justiça, o que pode prolongar uma solução entre as partes, mas afirma acreditar em consenso sem a judicializ­ação.

Uma das desavenças é que a Ford propôs indenizaçã­o de acordo com o faturament­o da loja nos últimos dois anos, mas exclui da conta as vendas diretas (para frotistas e locadoras) e para pessoas com deficiênci­a. Ambas são feitas pelas montadoras, mas passam pelas revendas para entrega e serviços de revisão. Nos últimos dois anos esse tipo de venda represento­u mais de 40% dos negócios de veículos novos no País.

A Abradif quer que a empresa desconside­re o ano de 2020 que, em razão da pandemia, registrou as piores vendas dos últimos anos. Em 2019 foram vendidos 218,5 mil carros Ford, número que caiu para 139,2 mil no ano passado, uma redução de 36,3%.

Conta da entidade indica que o investimen­to médio realizado pelas concession­árias somam R$ 1,5 bilhão, indicando que seria esse o total da indenizaçã­o a ser paga. Outra reivindica­ção é que a montadora arque com custos da demissão de funcionári­os – a rede emprega 11 mil pessoas.

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