O Estado de S. Paulo

3 PERGUNTAS PARA...

ARMANDO RIBEIRO, PSICÓLOGO E ESPECIALIS­TA EM GESTÃO DO ESTRESSE POR HARVARD

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A pesquisa indica o Brasil no topo mundial da procura por ajuda para ansiedade e depressão. Que leitura o senhor faz dos dados?

Estudos anteriores, como o da própria Organizaçã­o Mundial de Saúde, já apontam o Brasil e outras nações da América Latina com níveis de ansiedade e depressão mais elevados, quando comparados a outros países do mundo. Questões da vida prática, do dia a dia, são as que mais contribuem para esse adoeciment­o emocional. É relativo a trabalho, finanças, mudanças de hábitos. Todas essas questões são pioradas com o cenário da pandemia, ainda mais quando há caracterís­ticas de incertezas políticas e econômicas.

Quando procurar ajuda? A saúde mental deixa alguns sinais que precisam ser vistos: a perda da motivação para trabalho, para o estudo, uma tristeza, uma tensão, uma fala pessimista mais duradoura. Muitas vezes, o próprio indivíduo não consegue reconhecer os sinais e são os parentes que fazem essa observação mais apurada. Com crianças, é preciso notar se elas estão tristes, apresentam irritação ou se deixaram de fazer coisas que habitualme­nte faziam.

E como abordar? É preciso ter empatia primeiro, se colocar no lugar do outro, entender a situação e validar todas as perdas que a pessoa está sofrendo. A partir disso, é possível construir uma colaboraçã­o e pensar soluções em conjunto.

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