O Estado de S. Paulo

Diniz estreia e precisa vencer o Boca

Com apenas três pontos no Grupo C, Santos terá de superar time argentino para tentar se aproximar da classifica­ção

- Felipe Rosa Mendes

Superado o susto no Paulistão, o Santos enfim vai poder se concentrar totalmente na Libertador­es. Algo raro para os grandes clubes brasileiro­s, o time terá apenas uma competição para se preocupar pelas próximas três semanas, em razão da queda precoce no Estadual, o que quase resultou em rebaixamen­to. O desafio hoje, às 19h15, será contra o Boca Juniors, desta vez na Vila Belmiro.

Para ajudar nesta empreitada, o Santos conta com um reforço no banco de reservas: Fernando Diniz. O substituto de Ariel Holan iniciou seu trabalho ontem. “É um prazer poder ser treinador do Santos, clube em que já tive a honra de atuar como jogador. É o time do Pelé, o que já faz o time estar entre os maiores do mundo. Eu me entregarei com toda força que tenho para poder ajudar o Santos.”

Esta força será, de fato, necessária. No primeiro jogo contra o Boca o Santos foi derrotado por 2 a 0, na Argentina, no dia 27 de abril. Na Vila, o desafio não será menor, apesar dos desfalques do rival. O técnico Miguel Ángel Russo não poderá contar com o goleiro Andrada, com covid-19, o zagueiro Carlos Zambrano, o meia Edwin Cardona e o atacante Mauro Zárate.

O Santos não mostrou evolução razoável desde o primeiro confronto. Empatou com o Red Bull Bragantino, perdeu o clássico para o Palmeiras e venceu o São Bento, para escapar do rebaixamen­to no Paulistão. Pela Libertador­es, goleou o The Strongest, única vitória do Santos em três jogos no Grupo C.

Diante deste cenário pouco animador, diretoria, elenco e torcida tentam renovar as esperanças com a chegada de Diniz, apesar de sua pouca experiênci­a em competiçõe­s internacio­nais. “Temos que entregar aquilo que o torcedor espera: vitórias e bom futebol”, avisa o novo treinador santista.

Mas Diniz pede tempo para poder implementa­r no Santos seu conhecido estilo de jogo de trocas de passe e muita posse de bola. “Não será com pouco treino que os jogadores farão tudo que só o tempo pode ajudar a fazer. Mas, aos poucos, implantamo­s a ideia. Acredito muito nesse modelo, de imposição: futebol mais coletivo, corajoso e com inteligênc­ia tática, sabendo ler o adversário. O dia que não der para sair jogando, mesmo depois de muito treino, usaremos a bola longa.”

No quesito “tempo para trabalhar”, artigo de luxo na temporada, Diniz terá vantagem em comparação aos seus antecessor­es. O Santos só voltará a dividir atenção entre duas ou mais competiçõe­s no fim do mês, quando começará o Brasileirã­o. Até o dia 30, a preocupaçã­o será toda com a Libertador­es. Depois de enfrentar o Boca, terá pela frente novamente o The Strongest, no dia 18, e o Barcelona, do Equador, no dia 26. Serão apenas dois jogos em duas semanas, situação excepciona­l no calendário atual.

Esta sequência começa hoje. Se perder para o Boca novamente, o Santos ficará em situação complicada. O time tem três pontos, contra seis do Boca e nove do Barcelona – somente os dois primeiros avançam.

Em relação ao time, a única dúvida está no ataque. Marinho, com lesão muscular, tem chances remotas de ser titular. O treinador, então, ficará entre os jovens Ângelo e Marcos Leonardo para formar trio com Kaio Jorge e Lucas Braga.

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IVAN STORTI/SANTOS FC Apresentaç­ão. Fernando Diniz pretende implementa­r seu estilo de jogo aos poucos: técnico quer vitórias e bom futebol

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