O Estado de S. Paulo

3R Petroleum quer mais que ativos da Petrobrás

- DENISE LUNA, FERNANDA NUNES, CYNTHIA DECLOEDT E ALINE BRONZATI

Pronta a assumir mais um ativo da Petrobrás, a 3R Petroleum Óleo e Gás segue com a estratégia de aproveitar o programa de desinvesti­mentos da estatal para crescer. Petrolífer­a independen­te que adquiriu o maior número de campos da Petrobrás, tem interesse também em áreas produtoras de outras companhias que já ultrapassa­ram a fase exploratór­ia. Para ajudar na estratégia, a empresa conta com a emissão secundária (follow on) de R$ 820 milhões feita em março, parte a ser usada para finalizar a compra do Polo Recôncavo da Petrobrás, adquirido no ano passado por US$ 250 milhões, parte para capitaliza­r a companhia que vai concentrar ativos marítimos da 3R, em parceria com a BBO. A parceria já fez uma aquisição no início deste ano, o Polo Peroá (ES), por US$ 55 milhões.

» Fome. O próximo ativo a entrar no portfólio na 3R deverá ser o campo de Papa-terra, nas águas profundas da bacia de Campos. A proposta da gestora de fundos Starboard Asset, que tem participaç­ão relevante na 3R, foi considerad­a a melhor pela Petrobras, que ainda não anunciou o vencedor. Papa-terra tem petróleo pesado e produz em torno de 20 mil barris diários.

» Quebra-cabeças. A primeira aquisição feita pela 3R da Petrobras foi o Polo Macau (RN), com sete campos, e o único em operação. Depois, vieram o Polo Pescada-arabaiana (RN), Polo Fazenda Belém (CE) e Polo Rio Ventura (BA) -, cujas transações ainda estão em andamento. Ao todo, a produção da empresa gira em torno dos 16 mil barris diários de petróleo.

» Isca gorda. A disparada do minério de ferro está acentuando o interesse de investidor­es nas debêntures participat­ivas da Vale. A remuneraçã­o paga nesses títulos de dívida tem lastro em receitas obtidas pela da companhia com o minério extraído em Carajás, no Pará, e recentemen­te os papéis pagaram uma espécie de "dividendo" recorde a seus investidor­es, de R$ 2,76 por título.

» Vale ouro. Desde a venda das debêntures detidas pelo Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES) e pela União ao mercado, em fevereiro, elas têm registrado aumento liquidez e preços. Os títulos foram vendidos pelo banco de fomento a R$ 53,50. Ontem, já eram negociados a R$ 62.

» Na mira. Alguns gestores dizem que, em breve, chegarão a R$ 85, quase duas vezes o preço da oferta do BNDES. Também alimenta a elevação dos preços a perspectiv­a de a Vale recomprar essas debêntures, anunciada pela mineradora.

» Demanda. A remuneraçã­o inédita paga aos debenturis­tas aconteceu pela alta vertiginos­a do preço médio do minério de ferro no segundo semestre, para US$ 124 a tonelada. O valor ficou 20% acima do primeiro semestre e subiu 33% em relação ao segundo semestre de 2019.

» Tech é tudo. O chefe de análise do setor financeiro no Bradesco BBI, Victor Schabbel, deixa a instituiçã­o após quase dois anos de casa para se tornar sócio da Ibiuna Investimen­tos. Vai tocar também a cobertura financeira, além das empresas tech, mas do outro lado.

» Ponto de vista. Do ‘sellside’, que recomenda investimen­tos, passará ao ‘buyside’, que responde pelo lado da compra. Schabbel tem passagens ainda pela Cielo e pelo Credit Suisse. Na Ibiuna, vai integrar a equipe de André Lion, sócio responsáve­l pela área de renda variável. Com R$ 21 bilhões em ativos sob gestão, a casa foi fundada em 2010 pelos exdiretore­s de política monetária do Banco Central, Mário Torós e Rodrigo Azevedo. Procurado, o Bradesco informou que Otavio Tanganelli, vindo do Credit Suisse, assume a cobertura. A Ibiuna não comentou.

» Verde, pero... A Via Varejo conseguiu vender R$ 1 bilhão em debêntures com compromiss­o de sustentabi­lidade, ligadas ao aumento do uso de energia renovável em suas lojas, mesmo sem demanda expressiva. A quantidade de investidor­es interessad­os foi na medida para a oferta. Uma pequena parte foi alocada nesta segunda-feira. A emissão das sustainabi­lity linked debêntures (SLB) foi criticada desde que a Via Varejo anunciou a operação.

» Não gostei. Os argumentos são de que o grupo, dono das Casas Bahia e Ponto Frio, é pouco intensivo no uso de energia. Os críticos se espelham em emissões feitas por outras empresas do varejo que atrelaram suas metas de sustentabi­lidade à reciclagem de embalagens ou à redução de emissão de gases efeito estufa de suas frotas de logística. O compromiss­o da Via Varejo é elevar dos atuais 30% para 90% o uso de energia renovável até 2025. O não cumpriment­o da meta eleva em 10 pontos-base os juros das debêntures.

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3R PETROLEUM-15/1/2021
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FELIPE RAU/ESTADAO-18/11/2020
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WASHINGTON ALVES / ESTADÃO-28/4/2021

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