Montana entra na briga. Picape da GM ganha base do SUV Tracker e cresce para virar rival da Fiat Toro.
No dia 30 de abril, a GM encerrou a produção da Chevrolet Montana na planta de São Caetano do Sul, na região metropolitana de São Paulo. O modelo surgiu em 2003 como a picape da linha Corsa e em 2010 passou a ser baseado no Agile.
Para a produção da nova geração do utilitário, que vai mudar de plataforma e crescer (leia mais acima) a GM iniciou uma série de mudanças na linha de montagem. Esse processo já está em andamento e será feito em várias etapas.
Isso é necessário para reduzir os impactos na produção dos demais modelos feitos na planta. A fábrica também receberá ferramentais específicos que irão exigir readequação do fluxo fabril. Além disso, será necessário implementar um grande processo de treinamento dos funcionários.
“Adicionar um produto totalmente novo numa linha de montagem ativa é sempre uma jornada complexa. Sobretudo diante dos desafios tecnológicos que o projeto impõe. Até por isso, a preparação da fábrica terá diversos estágios, que levarão meses cada um deles”, diz Luiz Carlos Peres, vice-presidente de Manufatura da GM América do Sul.
Além do Brasil, a empresa pretende vender a nova picape em outros mercados da região. Ou seja, a fábrica do ABC paulista será um polo de produção para exportação.
Esse processo é ainda mais importante nesse momento, em que o setor industrial brasileiro enfrenta uma grande crise. E o encerramento da produção de veículos no País só vem agravando a situação.
No fim de 2020, a Mercedesbenz encerrou a produção de automóveis em Itirapina (SP). No início deste ano, a Ford comunicou que encerraria as atividades de todas as suas fábricas no Brasil. A empresa já havia fechado a planta de São Bernardo do Campo (SP), um ano antes.
A Audi também parou a produção local. Porém, não chegou a desativa uma fábrica inteira, uma vez que a marca vinha produzindo apenas o Sedan A3 e sua linha fica dentro da planta da Volkswagen, no Paraná.
Grand Montana. O novo modelo da GM, que segundo rumores será batizado de Grand Montana, tem vários trunfos. Diferentemente da picapinha, cuja base inviabiliza a instalação de itens como controles de tração e estabilidade, a da nova é muito moderna.
Essa arquitetura permite a adoção de sistemas de conectividade, por exemplo. Esses itens são cada vez mais valorizados pelo consumidor e podem definir a escolha do carro.
Portanto, nem a experiência da GM no segmento, onde estreou nos anos 1980 com a Chevy 500, conseguiu segurar as vendas da Montana. Enquanto a Fiat emplacou 41.448 Strada de janeiro a abril deste ano e a Volkswagen, 10.181 Saveiro, a Chevrolet vendeu 1.223 Montana. Os dados são da Fenabrave.