‘MINHA CONTA DE ÁGUA DOBROU’
Sem trabalho, equilibrar gastos é um desafio
As idas da propagandista farmacêutica Andréa Fernanda dos Santos ao supermercado têm sido para comprar o básico: sem carnes, leite nem guloseimas. “Em alguns períodos, comemos ovo a semana inteira”, diz ela, que há um mês perdeu o emprego.
Mas, antes disso, a situação já não estava boa. Andréa ganhava um salário fixo e um rendimento a mais por bater as metas definidas pela empresa. Com a pandemia, as vendas caíram e ficou mais complicado alcançar os índices estabelecidos. Só isso reduziu em R$ 3 mil a remuneração da propagandista. Ela conta que a redução perdurou desde o início da pandemia até o mês de dezembro.”
“Ao mesmo tempo, via o preço da comida, da água, do combustível e do gás aumentar cada vez mais e o dinheiro indo embora.”
Andréa conta que os meses de janeiro, fevereiro e março fo- ram melhores, mas aí foi demiti- dos com outros colegas de em- presa. Sem renda, ela tem feito malabarismo para manter as contas em dia.
Além de mudar o cardápio com alimentos mais baratos, ela vive fiscalizando os filhos pa- ra reduzir o desperdício de água e energia. Mas, no caso da água, apesar dos esforços, houve um aumento de 20% no consumo e a conta praticamente dobrou, diz ela, que mora numa casa alu- gada com dois filhos. Outra mu- dança está no tanque do carro. “Com o aumento da gasolina, coloco R$ 50 e tento andar o mínimo possível de carro.”/