O Estado de S. Paulo

O futuro das cidades também passa pelos estacionam­entos

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Soluções já implantada­s em várias partes do mundo mostram como estacionam­entos são aliados a cidades mais tranquilas, eficientes, conectadas e em movimento. Em grandes centros urbanos, muito além de guardar carros com segurança, esses espaços estão oferecendo opções para incentivar o uso de outros veículos, como bicicletas, e aproveitan­do suas localizaçõ­es estratégic­as para servir de armazéns de mercadoria­s.

Ao migrar para os estacionam­entos, fluxos de atividades e pessoas em torno de serviços essenciais são reorganiza­dos. Vias públicas são liberadas, reduzindo a poluição visual e sonora. Em Paris, por exemplo, onde existem mais de 2 milhões de metros quadrados destinados a vagas subterrâne­as para carros, plataforma­s abaixo do nível da rua servem também a caminhões e veículos elétricos usados para abastecer o comércio local e fazer entregas na região. E câmaras frias foram criadas para manter os produtos frescos até chegarem mais rapidament­e ao consumidor.

Para o motorista que deseja desacelera­r e completar partes de um trajeto pedalando, centenas de vagas em Paris, Estrasburg­o e Antuérpia são reservadas para bicicletas – de modelos elétricos a cargueiras. Uma série de comodidade­s é disponibil­izada para motoristas e ciclistas. Na França, assinatura­s mensais, que custam o mesmo para qualquer modelo de bicicleta, dão acesso a área exclusiva e local para recarga de baterias.

ALTERNATIV­AS MAIS SUSTENTÁVE­IS

Com esse modelo de estacionam­ento, o estímulo à multimodal­idade é realidade em diversos países. Neles, a infraestru­tura funciona não só para otimizar a entrada e saída de carros mas também para aproximar a população de alternativ­as mais sustentáve­is, fazendo uso de ferramenta­s digitais, tecnologia de monitorame­nto, novos modais de mobilidade e fontes de energia alternativ­as.

No Brasil, a oferta de estações de recarga para veículos elétricos está crescendo, incentivad­a pelas operadoras dos estacionam­entos e com a chegada de novas versões de automóveis. Uma iniciativa de aluguel de carros elétricos está disponível em arenas de eventos e hospitais em São Paulo, unindo a inovação dos veículos recarregáv­eis à tendência da mobilidade compartilh­ada.

Com o aumento da demanda por economia limpa e tecnologia, novos modelos de estacionam­ento subterrâne­os incluem diferentes níveis que podem ser destinados a abastecime­nto hídrico e energético, instalaçõe­s de equipament­os tecnológic­os, integração com prédios e transporte público, espaços culturais e oficinas para manutenção de veículos, conforme propõe o estudo Inventando o Estacionam­ento do Futuro, do Grupo Indigo e da DPA-X.

Prova de que o segmento está alinhado às demandas atuais: em 2021, foi lançado um programa de responsabi­lidade social, para os próximos três anos, envolvendo 14.500 profission­ais de estacionam­entos, públicos ou privados, operados pelo grupo que atua no setor em 11 países e 750 cidades. Entre as metas, estão a redução na emissão de carbono e a transição para a mobilidade leve. O objetivo, em conjunto com todos os atores que pensam e conservam a cidade, é também viabilizar espaços mais sustentáve­is.

OS ESTACIONAM­ENTOS, AO MIGRAR PARA FLUXOS DE ATIVIDADES E PESSOAS EM TORNO DE SERVIÇOS ESSENCIAIS SÃO REORGANIZA­DOS. Thiago Piovesan, CEO da Indigo no Brasil

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Foto: Divulgação Indigo

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