Conflito testa isolamento do governo Biden na região
O presidente americano, Joe Biden, assumiu o cargo em janeiro com pouco interesse em buscar um acordo de paz israelense-palestino, por razões compreensíveis. Bill Clinton organizou uma cúpula com líderes dos dois lados no seu primeiro ano na Casa Branca. Barack Obama nomeou um enviado de paz em seu segundo dia de mandato. E, antes de tomar posse, Donald Trump jurou garantir um acordo de paz “que ninguém mais conseguiu obter”. Todos fracassaram.
Mesmo antes da recente explosão de violência em Gaza, analistas concordavam que as perspectivas de uma negociação bem-sucedida continuavam sem esperança no curto prazo, com nenhum dos lados preparado para fazer concessões. Mas, à medida que os confrontos se transformam em grande conflito, crescem os pedidos do Partido Democrata para que o presidente desempenhe um papel mais ativo.
Biden telefonou ontem para o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, para conversar sobre a escalada da crise. Em declarações na Casa Branca, o presidente disse esperar que a crise acabe o quanto antes, apesar de repetir o mantra que “Israel tem o direito de se defender após os disparos de milhares de foguetes contra seu território”.
Em outra tentativa de abordar o conflito, Biden anunciou ontem que enviará ao Oriente Médio o vice-secretário para Assuntos Palestinos e Israelenses do Departamento de Estado, Hady Amr. Além disso, a Casa Branca pediu a Israel que faça “todo o possível” para evitar vítimas civis. Nos últimos dias, autoridades dos EUA pressionaram líderes israelenses e palestinos, em conversas privadas, para evitar a escalada da violência e fizeram um apelo bem-sucedido pelo adiamento de uma decisão da Justiça israelense sobre o despejo de famílias palestinas em Jerusalém Oriental, que desatou os confrontos, na semana passada.