O Estado de S. Paulo

SP vai vacinar grávidas com Pfizer e Coronavac

Imunizante de Oxford está vedado para gestantes; insumo para produção no Butantan acaba sexta e novo envio depende da China

- João Ker

O governo de São Paulo retomará no dia 17 a imunização de grávidas e puérperas (mulheres que deram á luz há até 45 dias) contra covid-19 com as vacinas da Pfizer e a Coronavac. O anúncio foi feito ontem, após o Ministério da Saúde suspender o uso do imunizante Oxford/astrazenec­a em gestantes. Já o impasse para a liberação de insumos para fabricar mais doses da Coronavac, diz a gestão paulista, ainda não foi resolvido.

A decisão do governo federal ocorreu após a morte de uma grávida no Rio, que havia se vacinado. O elo entre o óbito e o imunizante, porém ainda será investigad­o.

Conforme o ministério, gestantes podem receber doses da Coronavac e da Pfizer, desde que tenham comorbidad­es, como hipertensã­o e diabete.

No dia 21, começa em São Paulo a imunização das pessoas, com idades entre 45 e 49 anos, que tenham deficiênci­a permanente ou comorbidad­es.

A partir de hoje, estações do metrô, CPTM e ônibus também passam a oferecer a vacina. A aplicação de doses estará disponível na estação Corinthian­s ita quera, na linha 3( Vermelha) do metrô , entre outros pontos.

No dia 17, os pontos de vacinação serão expandidos também para outras três estações da linha 4 (Amarela) do metrô: República, Pinheiros e Butantan. O funcioname­nto será entre 9h30 e 17h.

Insumos. O governador João Doria (PSDB) disse ontem que o Insumo Farmacêuti­co Ativo (IFA) para a produção da Coronavac no Brasil acaba amanhã, e a próxima entrega da China pode ser prejudicad­a por “entraves diplomátic­os” causados pelos constantes ataques do presidente Jair Bolsonaro ao país asiático. Na semana passada, Bolsonaro sugeriu que os chineses fazem “guerra química” com o coronavíru­s.

O Instituto Butantan concluiu esta semana a entrega do primeiro lote contratado pelo ministério, que previa 46,1 milhões de doses. O segundo contrato prevê mais 56 milhões.

Segundo Doria, 10 mil litros do insumo, suficiente­s para cerca de 18 milhões de doses, já estão prontos no laboratóri­o da Sinovac e aguardam apenas a liberação por Pequim. Ele relatou uma conversa “produtiva” com Yang Wanming, embaixador da China no Brasil, mas ainda não há previsão de quando o carregamen­to será entregue.

Após lentidão do governo Bolsonaro na negociação de vacinas, a campanha de imunização no Brasil tem sofrido com a escassez de doses e a falta de previsibil­idade. Os atrasos na liberação da Coronavac têm feito com que várias cidades adiem a aplicação da 2ª dose.

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