Alta na demanda pode fazer MRV acelerar nos EUA
AMRV avalia revisar para cima seus planos de crescimento nos Estados Unidos, maior e mais ágil mercado imobiliário do mundo. A brasileira é dona da AHS, construtora que atende principalmente famílias da classe média norte-americana. O copresidente da MRV, Eduardo Fischer diz estar “extremamente entusiasmado” com o andamento dos negócios por lá. A procura por apartamentos está acima do previsto, o que tem motivado a companhia a estudar a aceleração na compra de terrenos e, consequentemente, no lançamento dos projetos. A norte-americana AHS surgiu como investimento do fundador e principal acionista da MRV, Rubens Menin, com alguns sócios. No começo do ano passado, o negócio foi vendido à MRV. » Raio-x. A AHS constrói prédios residenciais, aluga os apartamentos e administra os empreendimentos, para mais tarde vendê-los a grandes investidores – e é aqui que realiza seus lucros.
» Fartura. O plano de negócios previa elevar a produção de apartamentos de 600 unidades por ano para 5 mil, a partir de 2023, com prioridade no Texas, Florida e Georgia e investimentos de US$ 236 milhões no período. É justamente essa meta que pode ser acelerada com a resposta positiva que a companhia brasileira tem encontrado por lá.
» Oh, yes! Se cada unidade for vendida por US$ 220 mil em média, como prevê a MRV, o faturamento anual pode alcançar US$ 1,1 bilhão no médio a longo prazo, ou R$ 5,7 bilhões no câmbio atual. O montante equivale a 86% da receita do grupo em 2020. Ou seja: o conglomerado pode quase dobrar suas receitas.
» Chora, gringo. A MRV está se diferenciando nos EUA por operar em todas as etapas, da prospecção de terrenos, ao desenvolvimento de projetos, construção e venda, enquanto o mercado local tem empresas para cada um desses segmentos. » Enquanto isso... O eixo da Avenida Dr. Chucri Zaidan – principal berço de prédios corporativos da última década na cidade de São Paulo – tem sido sacudido pela crise. O saldo entre áreas alugadas e devolvidas ficou negativo em 7,9 mil m2 no primeiro trimestre, de acordo com relatório da consultoria Cushman & Wakefield. Sem contar as devoluções, foram assinados contratos de aluguéis de 26 mil m2. » Excessos. A Chucri Zaidan recebeu um terço de todos os prédios corporativos de padrão triplo A erguidos na capital paulista de 2013 para cá. Mas a entrega dos imóveis, em meio à recessão de 2014 e depois sendo afetada pela pandemia em 2020 e 2021, deixou boa parte deles vazios. Atualmente, 34,5% dos andares estão vagos, à espera de inquilinos. » E o aluguel? Mesmo assim, o preço do aluguel na Chucri Zaidan cresceu 8% desde a metade de 2020, chegando a R$ 99/m2 no primeiro trimestre. O valor está abaixo do pico de R$ 124/m2 de 2013, quando faltavam prédios. Mas é considerado um valor relativamente saudável nas atuais circunstâncias.
» Artificial. A Boa Vista está começando a dar novos passos em inteligência de dados para analisar perfis de crédito O birô, que inaugurou em abril o Centro de Excelência em Analytics com 140 profissionais, desenvolveu serviços como um sistema de pontuação para usuários de cartão de crédito, e um score que indica quais clientes inadimplentes são mais propensos a renegociar dívidas.
» Inteligência. A aposta da Boa Vista é semelhante às que sua rival Serasa Experian vem fazendo. Com a perspectiva de que o open banking tornará dados uma commodity, os birôs precisam ajustar prioridades. As montanhas de informações sobre os consumidores, que eram seu maior ativo, passarão a ser um acessório para o mais importante: usar os dados para tornar a concessão de crédito mais precisa. » Fragilidade. O total de vulnerabilidades nas redes é hoje dez vezes maior que em 2016. Esse número já compreende o “efeito pandemia”, com a adoção em massa do home office. É o que mostra levantamento da empresa brasileira de segurança cibernética Get Ahead of Threads (GAT), com mais de 100 mil ativos de sua plataforma. Ou seja, ferramentas que podem trazer risco cibernético, de sistemas operacionais até um e-mail. A GAT tem entre seus clientes empresas como Cosan e Sodexo.
» Lição de casa. Boa parte dessas falhas de segurança poderiam ser evitadas com práticas simples. Segundo a pesquisa, 70% das vulnerabilidades se relacionam à falta de atualização de servidores e estações de trabalho, sendo que 59% dizem respeito a problemas para os quais há correção há mais de um ano.
CIRCE BONATELLI, MATHEUS PIOVESANA, CYNTHIA DECLOEDT, GABRIEL BALDOCCHI