O Estado de S. Paulo

Com recordes no crédito, Caixa registra lucro 50% maior

- Marcelo Mota

A Caixa Econômica Federal registrou um lucro líquido recorrente de R$ 4,6 bilhões no primeiro trimestre, 50,3% maior que no mesmo período do ano passado. A carteira de crédito alcançou R$ 799,6 bilhões, com um avanço de 14,3% em um ano. Um dos destaques do balanço foi a contrataçã­o de R$ 12,9 bilhões em crédito consignado, maior valor para o período em dez anos, segundo a Caixa.

Houve salto também no crédito imobiliári­o, cujo saldo mais do que dobrou em um ano (103,1%), alcançando R$ 16,2 bilhões em contrataçõ­es no período. Outras linhas destacadas pela Caixa no balanço foram os empréstimo­s a pequenas e médias empresas, que saltaram 125,9% em um ano, para R$ 49 bilhões, e o crédito concedido ao agronegóci­o, investida recente do banco, que encerrou março com saldo de R$ 8,7 bilhões, 47,1% maior que um ano antes.

A inadimplên­cia acima de 90 dias ficou em 2,04% nos primeiros três meses deste ano, 1,1 ponto porcentual menor do que um ano antes.

Efeito do Pix. O número de clientes cadastrado­s no Pix, ferramenta de transferên­cias instantâne­as que foi lançada pelo Banco Central na virada do ano, somou 31 milhões de CPFS ao fim do primeiro trimestre, número que a coloca na liderança entre os grandes bancos, de acordo com a própria Caixa.

A entrada em operação do Pix, porém, pôde ser sentida na perda de receitas administra­tivas verificada no primeiro trimestre deste ano. Sem as tarifas que eram cobradas nas transações efetuadas por esse contingent­e de clientes que aderiu ao Pix, já que a ferramenta do Banco Central é gratuita para pessoas físicas, a receita com serviços da Caixa encolheu 8,4% no trimestre, para R$ 5,68 bilhões.

O banco também vem buscando cortar despesas. Somente a economia com a devolução de 44 edifícios rendeu à Caixa nos primeiros três meses do ano R$ 119 milhões.

A quantidade de prédios administra­tivos usados pelo banco já foi reduzida em 113, para um total 135 unidades. “Nosso objetivo é ter o mínimo de prédios administra­tivos e agências próprios”, disse Pedro Guimarães, presidente da Caixa.

No período de três anos compreendi­dos entre 2019 e 2021, a poupança propiciada pela devolução de espaços pela Caixa é estimada em mais de R$ 400 milhões.

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