• Resultados ruins da Oi Móvel podem levar à revisão de venda da operadora por R$ 16,5 bi.
Adeterioração nos resultados da Oi Móvel acendeu o sinal de alerta entre investidores - e a concorrência. Isso porque o acordo de venda da operadora para o consórcio formado por Vivo, TIM e Claro, por R$ 16,5 bilhões, prevê a manutenção de seu desempenho operacional e financeiro no segmento de telefonia e dados móveis, até que a transação seja concluída. Caso contrário, o valor do negócio, amarrado em dezembro, será revisto para baixo. Porém, Oi Móvel começou o ano com dificuldades. O investimento em redes móveis foi cortado em 29%, enquanto o aporte total do grupo cresceu 4% (com prioridade em fibra ótica, a nova aposta da companhia). A receita móvel caiu 6,3% ante o primeiro trimestre de 2020 e 78% contra o último. » Calma. A Oi afirmou que a queda na receita ocorreu principalmente entre clientes pré-pagos, que deixaram de fazer recargas com o fechamento do comércio e o fim do auxílio emergencial. Por outro lado, disse ter sido capaz de ampliar a base de assinantes móveis em 4,3%, com muitas adições de pós-pagos.
» Turbulências. O risco da operação é a deterioração nos resultados da Oi Móvel se agravar. A conclusão da venda depende de aval da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) - o que deve acontecer entre o fim deste ano e o início de 2022, se não houver complicação.
» Tudo certo? O assunto foi motivo de questionamentos na teleconferência com investidores e analistas realizada ontem de manhã. O presidente da Oi, Rodrigo Abreu, afirmou que não há motivos para preocupações sobre eventuais quebras de compromissos estabelecidos entre a tele e o consórcio. Segundo ele, o andamento dos negócios está dentro do planejado e não é esperada nenhuma mudança no valor de R$ 16,5 bilhões. Procurada, a Oi não fez comentários adicionais aos da teleconferência.
» Fábrica de shopping. A indústria ganhou uma nova forma de alcançar comerciantes distantes dos grandes centros. Uma plataforma lançada no fim de abril por uma parceria entre a empresa Neogrid, de softwares, com a Fast Channel, de ecommerce, permite às fabricantes criar "shoppings virtuais".
» Menos estrada. No sistema, cada empresa desenvolve seu marketplace e, dentro dele, os distribuidores que fazem a ponte entre a indústria e os comerciantes abrem suas lojas virtuais. A conexão entre os três pontos pretende eliminar custos para enviar um representante de vendas até o comprador. » Minha loja, minhas regras. A vantagem desse marketplace B2B (de empresa para empresa) é que o vendedor pode criar preços variáveis de acordo com o tamanho da compra e atender às normas tributárias de cada região, além de calcular o clássico preço do frete. Essa flexibilidade, mais difícil de obter nas plataformas para o consumidor de varejo, é fundamental no atacado.
» Fôlego. A busca das empresas por recursos, em meio às restrições da segunda onda da covid-19, aqueceu o mercado de fomento mercantil. O factoring costuma ser usado por pequenas e médias empresas que enfrentam dificuldades para ter acesso a crédito. Os recursos são obtidos por meio de operações de antecipação de recebíveis, ou seja, a partir de vendas feitas a prazo pelas empresas. Em abril, essas transações tiveram crescimento de 221% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo monitoramento do Sinfac-SP (Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil Factoring).
» Tem mais. As empresas do setor ainda têm fôlego para fazer frente à demanda adicional gerada como consequência da segunda onda da pandemia. O índice de liquidez, que mede quanto as companhias do setor têm de capital disponível para as operações, ficou em 93,07%. Há um ano, estava em 68,71%.
» Termômetro. O fato de a pandemia ter sido um catalisador da digitalização em todas as esferas é sabido, mas o avanço ainda está sendo medido. No Brasil, 77% dos consultados em uma pesquisa da Mastercard disseram ter experimentado no último ano um meio de pagamento que nem pensavam em usar.
» Pegou gosto. Depois de provar, os usuários consultados ganharam confiança. Conforme o levantamento, 83% dos brasileiros se dizem hoje mais abertos a toda forma de pagamento do que um ano atrás.
» Quatro cantos. O estudo foi realizado por Harris Polling e Mastercard Global Foresights, Insights and Analytics, entre 26 de fevereiro e 10 de março. Foram feitas entrevistas online com 15,5 mil pessoas, de quatro regiões do mundo. No Brasil, foram entrevistadas 1.002 pessoas.