Bolsonaro volta a atacar ‘Estadão’
O presidente Jair Bolsonaro comentou o caso do orçamento secreto revelado pelo Estadão
em sua transmissão semanal ao vivo nas redes sociais, ontem à noite. Acompanhado do ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, Bolsonaro negou a existência do esquema paralelo e voltou a ofender os jornalistas da empresa, a quem chamou de “idiotas” e “jumentos”.
O presidente disse que a elaboração do Orçamento é “um trabalho de meses”, e que ele mesmo levou mais 15 dias para sancioná-lo, após “análise meticulosa, à disposição de todo mundo”. “Um mês depois da aprovação, vem o Estado de S. Paulo falar que eu reservei um orçamento secreto de três bilhões para mim. Deve ser para comprar leite condensado. Os jumentos do Estado de S. Paulo não têm outra explicação”, disse Bolsonaro.
Ao lado de Rogério Marinho, Bolsonaro também lembrou a época em que entregou exemplares do Estadão no Vale do Ribeira, região onde nasceu no interior de São Paulo. “E agora vem o Estado de S. Paulo, esse jornaleco que quer fazer concorrência com a Folha, falar que o orçamento secreto meu? Só um idiota mesmo, os idiotas do Estado de São Paulo”, disse. “Deve ser (os R$ 3 bilhões) para comprar leite condensado. Os jumentos do Estado de S. Paulo não têm outra explicação”, disse. Marinho disse que espera uma retratação do jornal, e que ingressará com uma ação judicial contra o Estadão caso não seja feita.
No começo desta semana, o Estadão mostrou como deputados e senadores destinaram cerca de R$ 3 bilhões do orçamento de 2020 (não de 2021, como se confunde o presidente). Documentos aos quais o jornal teve acesso mostram que os parlamentares receberam “cotas” desse dinheiro. O esquema contraria veto de Bolsonaro que impede os parlamentares de impor o destino dos recursos.