‘Se esse cara (Lula) voltar, nunca mais vai sair’, diz Bolsonaro

Presidente voltou a defender o voto impresso e disse que vitória do petista só ocorreria com ‘fraude’

O presidente Jair Bolsonaro demonstrou ontem preocupação com a possibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disputar a eleição presidencial no ano que vem. “A turma quer votar ainda neste filho do capeta. Se esse cara voltar, nunca mais vai sair”, afirmou Bolsonaro a apoiadores na entrada do Palácio do Alvorada.

A citação a Lula foi feita após Bolsonaro falar contra os críticos da ditadura militar. Para reforçar as declarações contra a esquerda, o presidente centrou os ataques s na luta armada contra o regime autoritário e citou o guerrilheiro Carlos Lamarca.

“Mataram a coronhadas um tenente de 23 anos de idade. Quem matou foi o Lamarca, herói da esquerda brasileira. A turma quer votar ainda neste filho do capeta. Se esse cara voltar, nunca mais vai sair, escreve aí, tá?”, disse o presidente se referindo ao ex-presidente Lula.

As declarações ocorrem dois dias após uma pesquisa do instituto Datafolha mostrar que Lula lidera a disputa pelo Palácio do Planalto com 41% das intenções de voto, contra 23% de Bolsonaro. Lula voltou a ficar elegível depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) anular as condenações que lhe haviam sido impostas pela Lava Jato.

Mais tarde, o presidente viajou para cidade de Terrenos, no Mato Grosso do Sul, para entregar títulos de propriedade rural. No evento, Bolsonaro voltou a falar de Lula e pregou uma mudança no sistema de votação. “Vejam o que acontece com alguns países da América do Sul, o que aconteceu com a Venezuela, o que está acontecendo com a Argentina. Queremos isso para nós? Não vai acontecer porque, se Deus quiser, vai aprovar o voto impresso. O bandido foi posto em liberdade, foi tornado elegível, no meu entender, para ser presidente na fraude. Ele só ganha na fraude o ano que vem”, afirmou.

Renan. No discurso no Mato Grosso do Sul, Bolsonaro reiterou as críticas ao senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, chamando-o de “crápula”.

“Se faz uma CPI em Brasília, não é para apurar propina na vacina, não”, disse. “Faz uma CPI com aquela composição que, puxa vida, para não falar puxa outra coisa, para apurar omissões no governo federal. Na hora de apurar governadores, ela é contra. O crápula ainda diz que essa CPI não é para investigar desvio de recursos.”