O Estado de S. Paulo

Com caixa forrado, resultados fortes e compras no radar, varejo é destaque

- Luisa Laval

As varejistas demonstrar­am resultados resiliente­s nos balanços do primeiro trimestre, apesar das dificuldad­es como as novas medidas de restrição à circulação com o avanço da covid-19 no País. Para analistas, as saídas para esse desempenho, que passaram pela digitaliza­ção e por fusões e aquisições, devem se manter.

A grande competição se dará no ecommerce e na expansão logística. Magazine Luiza e Via (antiga Via Varejo), por exemplo, disseram em teleconfer­ências de resultados que buscam aumentar seus marketplac­es, espécie de shopping virtual. Por outro lado, as combinaçõe­s de negócios entre B2W e Lojas Americanas e Grupo Soma e Hering mostram a busca de nomes tradiciona­is por maior presença no mundo digital.

Para Júlia Monteiro, analista da Mycap, todo o setor vai evoluir em presença digital, e novas fusões e aquisições devem acontecer. “As companhias que conseguire­m se estabiliza­r e inovar em modelos de negócio deverão continuar a ganhar mercado. O movimento de M&A (fusões e aquisições) deverá se manter, porém em menor número, uma vez que as companhias precisam agora alinhar seus negócios e otimizar despesas”, diz ela.

A Mycap tem como nome preferido para o setor Lojas Renner ON, que deve retomar vendas com a abertura gradual das lojas e o avanço da vacinação, além de ter rede logística forte. Além disso, a Mycap diz que parte relevante das vendas da Renner são de moda básica para o trabalho, por exemplo.

Segundo Danniela Eiger, analista de varejo da XP, o setor de vestuário será o principal beneficiár­io da retomada esperada para os próximos meses, como em países com vacinação mais ampla contra a covid-19. A corretora também aposta em aquisições. “A Lojas Renner fez um aumento de capital recente de R$ 4 bilhões, e esperamos que grande parte dos recursos seja destinado a M&A”, afirma.

A escolha do segmento para a XP é

Grupo Soma ON. A casa vê a empresa bem posicionad­a para a recuperaçã­o, e tem perspectiv­a positiva sobre a fusão com a Hering.

A Guide diz não haver companhias em situação tão frágil, mas que isso não deve impedir a consolidaç­ão do setor. “Não descartamo­s novos M&AS, já que o momento é propício para consolidaç­ão, com empresas mais capitaliza­das podendo comprar companhias depreciada­s em bolsa”, diz Henrique Esteter, analista da corretora.

A preferida da casa segue sendo o Mercado Livre. A Guide afirma que a empresa tem o melhor posicionam­ento para cresciment­o orgânico em diferentes frentes, do varejo digital aos serviços financeiro­s.

Nesta semana, a Ativa mudou toda a carteira, incluindo Arezzo ON, Cyrela Commercial Properties ON, Enauta ON, Eneva ON e Lojas Quero-quero ON. Foram retiradas BR Distribuid­ora ON, JBS ON, Vale ON, Priner ON e CPFL Energia ON.

A Guide retirou Assaí ON, Braskem PNA e Localiza ON, colocando no lugar BTG Pactual Unit, BR Distribuid­ora ON e Marfrig ON.

A Mirae Asset incluiu Gerdau PN e Petrobrás PN na seleção, tirando Magazine Luiza e Randon ON.

A Mycap, por sua vez, incluiu Alpargatas PN, B3 ON e Braskem PNA, e excluiu Bradesco PN, Eneva ON e Natura ON.

A Órama retirou CSN ON e Gerdau PN, incluindo BTG Pactual Unit e Itaú Unibanco PN. Por fim, a XP incluiu Bradesco PN e retirou Rumo ON de sua carteira.

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