Com caixa forrado, resultados fortes e compras no radar, varejo é destaque
As varejistas demonstraram resultados resilientes nos balanços do primeiro trimestre, apesar das dificuldades como as novas medidas de restrição à circulação com o avanço da covid-19 no País. Para analistas, as saídas para esse desempenho, que passaram pela digitalização e por fusões e aquisições, devem se manter.
A grande competição se dará no ecommerce e na expansão logística. Magazine Luiza e Via (antiga Via Varejo), por exemplo, disseram em teleconferências de resultados que buscam aumentar seus marketplaces, espécie de shopping virtual. Por outro lado, as combinações de negócios entre B2W e Lojas Americanas e Grupo Soma e Hering mostram a busca de nomes tradicionais por maior presença no mundo digital.
Para Júlia Monteiro, analista da Mycap, todo o setor vai evoluir em presença digital, e novas fusões e aquisições devem acontecer. “As companhias que conseguirem se estabilizar e inovar em modelos de negócio deverão continuar a ganhar mercado. O movimento de M&A (fusões e aquisições) deverá se manter, porém em menor número, uma vez que as companhias precisam agora alinhar seus negócios e otimizar despesas”, diz ela.
A Mycap tem como nome preferido para o setor Lojas Renner ON, que deve retomar vendas com a abertura gradual das lojas e o avanço da vacinação, além de ter rede logística forte. Além disso, a Mycap diz que parte relevante das vendas da Renner são de moda básica para o trabalho, por exemplo.
Segundo Danniela Eiger, analista de varejo da XP, o setor de vestuário será o principal beneficiário da retomada esperada para os próximos meses, como em países com vacinação mais ampla contra a covid-19. A corretora também aposta em aquisições. “A Lojas Renner fez um aumento de capital recente de R$ 4 bilhões, e esperamos que grande parte dos recursos seja destinado a M&A”, afirma.
A escolha do segmento para a XP é
Grupo Soma ON. A casa vê a empresa bem posicionada para a recuperação, e tem perspectiva positiva sobre a fusão com a Hering.
A Guide diz não haver companhias em situação tão frágil, mas que isso não deve impedir a consolidação do setor. “Não descartamos novos M&AS, já que o momento é propício para consolidação, com empresas mais capitalizadas podendo comprar companhias depreciadas em bolsa”, diz Henrique Esteter, analista da corretora.
A preferida da casa segue sendo o Mercado Livre. A Guide afirma que a empresa tem o melhor posicionamento para crescimento orgânico em diferentes frentes, do varejo digital aos serviços financeiros.
Nesta semana, a Ativa mudou toda a carteira, incluindo Arezzo ON, Cyrela Commercial Properties ON, Enauta ON, Eneva ON e Lojas Quero-quero ON. Foram retiradas BR Distribuidora ON, JBS ON, Vale ON, Priner ON e CPFL Energia ON.
A Guide retirou Assaí ON, Braskem PNA e Localiza ON, colocando no lugar BTG Pactual Unit, BR Distribuidora ON e Marfrig ON.
A Mirae Asset incluiu Gerdau PN e Petrobrás PN na seleção, tirando Magazine Luiza e Randon ON.
A Mycap, por sua vez, incluiu Alpargatas PN, B3 ON e Braskem PNA, e excluiu Bradesco PN, Eneva ON e Natura ON.
A Órama retirou CSN ON e Gerdau PN, incluindo BTG Pactual Unit e Itaú Unibanco PN. Por fim, a XP incluiu Bradesco PN e retirou Rumo ON de sua carteira.