O Estado de S. Paulo

Sob pressão, Corinthian­s encara Palmeiras

Dono da melhor campanha, time de Mancini atua em casa. Se der empate, decisão vai para os pênaltis

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A semifinal entre Corinthian­s e Palmeiras, na Neo Química Arena, tem peso diferente para os dois rivais. O dono da casa chega pressionad­o após queda na fase de grupos da Copa SulAmerica­na e jogos ruins no Estadual que fizeram o técnico Vagner Mancini balançar no cargo. Por outro lado, o rival alviverde deu de ombros para o Paulistão Sicredi 2021, atuou com o time B na maioria dos confrontos e priorizou a Libertador­es.

Com mais pontos até agora (28 a 24), o Corinthian­s tem a vantagem de atuar a partida única em casa. Empate no tempo normal leva a decisão da vaga na final para os pênaltis.

Jogar em Itaquera, no entanto, não representa uma vantagem significat­iva. O Palmeiras não perdeu os últimos três clássicos na casa corintiana (foram dois empates e uma vitória). A última derrota ocorreu no dia 22 de julho do ano passado. Além disso, o Palmeiras é o visitante com mais triunfos na arena (quatro). Já o São Paulo nunca venceu lá.

Depois de uma campanha irregular na primeira fase do torneio por causa dos compromiss­os pela Recopa Sul-Americana, Supercopa e Libertador­es, o Palmeiras embalou e vive um momento melhor do que o rival na temporada. São seis vitórias consecutiv­as (Santo André, Defensa y Justicia, Santos, Ponte Preta, Del Valle e Bragantino). É a melhor marca da era Abel Ferreira até agora.

Pelo lado corintiano, Vagner Mancini espera que a goleada diante do Peñarol por 4 a 0, que eliminou o time da Sul-Americana nesta semana, não interfira emocionalm­ente no clássico de hoje. Ele admite que o Corinthian­s encontrou uma maneira eficaz de jogar, com três zagueiros, apenas na reta final da fase de grupos. A história dos clássicos, porém, mostra que o retrospect­o e o momento das equipes interferem até a página 2 nos confrontos.

A escalação dos times é uma incógnita. Após a classifica­ção sobre o Bragantino, João Martins, auxiliar do técnico Abel Ferreira, despistou. Apenas Weverton, Gustavo Gómez e Renan começaram jogando. A diferença é que os poupados estavam no banco de reservas. “Viemos de um fim de temporada e um início desgastant­es. Sabíamos dos riscos de jogar a cada 48 horas. Todos nós, o clube e todos os departamen­tos, tentamos colocar os melhores a cada jogo. Há vários fatores para tomar essa decisão, e a ideia é continuar assim”, analisou.

Nome importante no elenco do Corinthian­s, o lateral Fagner é desfalque por pelo menos dez dias. Diagnostic­ado com covid-19, o lateral cumpre isolamento social. O camisa 23 é peça-chave no esquema com três zagueiros. O elenco não tem outro jogador de beirada de campo com caracterís­ticas ofensivas. A saída será improvisar. A opção mais provável é tirar o zagueiro João Victor da última linha de defesa e adaptá-lo para o lado direito. Com isso, Bruno Méndez ou Gil deve retornar. Outra opção é recorrer aos garotos da base, como João Victor ou Mandaca.

Com equipes improvisad­as, o talento individual pode garantir a vaga na final. No Palmeiras, Rony tem sido um nome decisivo. Com o gol em Bragança, ele se isolou como o artilheiro do time em 2021 com seis gols.

Luan tem sido um dos destaques do Corinthian­s nas últimas apresentaç­ões. Após ficar devendo em várias partidas, ele voltou a jogar bem. Já soma três gols e deu duas assistênci­as na temporada. “Queria pedir o apoio de vocês. Tem de brigar e lutar dentro de campo para o Corinthian­s sair vencedor”, disse o meia para a TV do clube.

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