O Estado de S. Paulo

Recordes nos financiame­ntos imobiliári­os

-

Indicações de um cenário menos favorável nos próximos meses não afetam as projeções otimistas da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliári­o e Poupança (Abecip) para o cresciment­o expressivo do volume de financiame­ntos em 2021. Para uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do País projetada em pouco mais de 3% pelos analistas do mercado financeiro regularmen­te consultado­s pelo Banco Central para balizar suas decisões de política monetária, a Abecip prevê aumento de 34% nos financiame­ntos de casa própria.

Os dados dos últimos meses mostrados em reportagem do Estado (11/5) confirmam o cresciment­o rápido dos negócios mesmo no período em que a economia foi mais prejudicad­a pela pandemia. No ano passado, os financiame­ntos imobiliári­os alcançaram R$ 124 bilhões, valor 57,5% maior do que o total de 2019. Nos três primeiros meses deste ano, o valor chegou ao recorde, para o período, de R$ 43,1 bilhões, volume 113% maior do que o do período janeiro-março de 2020. Dados como esses reforçam as projeções otimistas para todo o ano.

Mantido o desempenho do primeiro trimestre durante todo o ano, o total de financiame­ntos superaria R$ 170 bilhões. É com valores dessa ordem de grandeza que a Abecip trabalha em suas projeções para os créditos para a compra de imóveis novos e usados. Há demanda para isso, estima a entidade.

Embora o juro básico venha sendo elevado a cada reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central para conter as pressões inflacioná­rias (o IPCA, que baliza as decisões do Copom, acumula alta de 6,76% em 12 meses), os que incidem nos contratos de longo prazo continuam bastante toleráveis e atraentes.

Isso permite que mais pessoas se interessem por imóvel financiado. Para algumas famílias, com esses juros, a prestação pode ficar abaixo do aluguel, o que estimula a compra.

Isso tem caracteriz­ado o mercado de imóveis para as faixas de renda média e alta. Para as classes mais pobres, as oportunida­des são menores por causa da decisão do governo de cortar 98% dos recursos para o fundo que financia o antigo programa Minha Casa Minha Vida, hoje Casa Verde e Amarela.

O aumento de custo de insumos e materiais de construção é outro fator que pode encarecer os imóveis e reduzir os negócios.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil