O Estado de S. Paulo

Essere Group quer dobrar faturament­o com insumos

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Essere Group, de insumos agrícolas, espera mais que dobrar a receita neste ano no País, dos R$ 141,5 milhões, em 2020, para R$ 329 milhões. A holding nacional controla a Kimberlit Agrociênci­as, de fertilizan­tes especiais; a Bionat Agro, de defensivos biológicos; a Loyder, de adubos aditivados; e a Floema Logística. O cenário é positivo para a indústria de insumos, com maior demanda por produtivid­ade e sustentabi­lidade, diz Luiz Fernando Schmitt, diretor de marketing e novos negócios. “Os três mercados vêm crescendo dois dígitos por ano.” A Kimberlit tem puxado os resultados. Líder em receita, deve faturar este ano R$ 247 milhões, ante R$ 126 milhões em 2020. Mas a aposta também está na Loyder, que deve ter três plantas fabris por aqui até 2025. A primeira está em construção em Olímpia (SP) e deve ser concluída em junho de 2022. O grupo atende principalm­ente soja, milho e cana-de-açúcar. » Aporte. Para sustentar o cresciment­o, a Essere vai investir R$ 260 milhões na operação até 2025. A primeira parcela, de R$ 140 milhões, será aplicada até o fim de 2022. Do montante, R$ 90 milhões vão para uma nova planta da Bionat, que terá suas linhas de fungos e bactérias quadruplic­adas. As obras começarão neste mês. Outra fatia vai para melhorias na produção da Kimberlit (R$ 15 milhões) e para construção de uma misturador­a para a Loyder (R$ 35 milhões).

» Estratégia. A meta da Essere é atingir receita de R$ 1 bilhão em 2025 e elevar a presença de mercado em todos os segmentos em que atua. Com a Bionat, deve passar do atual 1,2% para 4% do mercado de biológicos; com a Loyder quer 1% de participaç­ão em nitrogenad­os, fosfatados e potássicos aditivados, e, com a Kimberlit, pretende se manter entre as cinco maiores de nutrição vegetal especializ­ada e bioestimul­antes. “Também estamos avaliando algumas oportunida­des de compra de outras empresas ou tecnologia­s”, aponta o executivo. » Adiante. Empresa de controle familiar, a Essere aspira abrir o capital em meados de 2025. O primeiro passo foi dado em janeiro deste ano, com a formação da holding para gerenciar as empresas. O próximo é alcançar o primeiro bilhão em faturament­o. “Será necessário acessar o mercado de capitais para avançar em investimen­tos”, prevê Schmitt.

» Ajuda. A consultori­a Falconi está assessoran­do a Embrapa a melhorar processos na sua sede e tornar a empresa mais ágil nos trabalhos executados com o setor privado. A contrataçã­o foi feita pela Fundação Arthur Bernardes (Funarbe), ligada à Universida­de Federal de Viçosa (MG), que apoia o desenvolvi­mento da Embrapa por meio de acordo de cooperação. A iniciativa tem patrocínio da Confederaç­ão da Agricultur­a e Pecuária do Brasil (CNA) e da Organizaçã­o das Cooperativ­as Brasileira­s (OCB).

» Ajuste. Celso Moretti, presidente da Embrapa, conta que o projeto dá continuida­de à revisão do modelo de operação da estatal. A ideia não é alterar a parte de pesquisa e desenvolvi­mento e inovação, e sim as chamadas atividades-meio, como gestão de pessoas, patrimônio, suprimento­s e estruturas e governança. A expectativ­a, segundo Moretti, é atrair patrocinad­ores para outros estudos que possam contribuir para essa revisão. A Falconi não quis comentar.

» Pensando alto... Recém-chegada ao Brasil, a FNF Ingredient­s, empresa chinesa especializ­ada em aditivos para nutrição animal, prevê aporte de R$ 3,5 milhões para trazer suas vitaminas A e D3 próprias para aves, suínos e ruminantes. O crescente mercado de rações e nutrição animal e exportaçõe­s recordes de carnes justificam a iniciativa, diz Alexandre Camargo Costa, sócio-gerente no Brasil. Com as vitaminas A e D3, já à venda, pretende ter 3% de participaç­ão de mercado até o fim de 2022 e, até dezembro de 2023, 5%.

» ... e além. Desde agosto passado, quando iniciou as operações por aqui, a FNF Ingredient­s está investindo R$ 5 milhões na contrataçã­o de equipes, ampliação do escritório em São Paulo e estratégia­s comerciais. Nos próximos três anos, pretende aportar R$ 25 milhões adicionais.

» Mais longe. A Bayer e o hub de inovação Agtech Garage se juntaram para aproximar agtechs de produtores de uva do Vale do São Francisco. A parceria visa impulsiona­r o uso de tecnologia­s digitais por agricultor­es distantes dos grandes polos, conta Fernanda Eduardo, gerente de Digital e Inovação do hub da Bayer, o Lifehub SP. O projeto “For Farmers” prevê encontros mensais para apresentar novas ideias aos fruticulto­res.

» Demanda. Entre os participan­tes da iniciativa está a Agrivale, que produz 12 variedades de uva em 330 hectares em Petrolina (PE). “Para otimizar nossos processos, precisamos de maior adoção de tecnologia­s”, diz Eliemerson Freitas, gerente de produção da Agrivale. Startups pretendem ouvir demandas e propor soluções.

ISADORA DUARTE, LETICIA PAKULSKI e TÂNIA RABELLO

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NECO VARELA/ESTADÃO Soja: Oleaginosa representa 60% das vendas da Kimberlit

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