O Estado de S. Paulo

Aliados tentam convencer Moro a disputar Planalto

Movimento defende candidatur­a de ex-juiz e ex-ministro da Justiça como alternativ­a a Bolsonaro e a Lula

- Marcelo de Moraes / BRASÍLIA

Defensores do nome de Sérgio Moro para a disputa presidenci­al deflagrara­m um movimento político para tentar convencer o ex-ministro da Justiça a disputar a eleição presidenci­al do próximo ano. A campanha, batizada de “Moro 2022 contra o sistema”, defende que o exjuiz ocupe a faixa da “terceira via”, como alternativ­a ao presidente Jair Bolsonaro e ao expresiden­te Luiz Inácio Lula da Silva. O movimento se intensific­ou com a presença de Moro no Brasil – hoje ele está morando e trabalhand­o nos EUA –, onde teve conversas com políticos que defendem sua candidatur­a.

Para apoiadores, Moro não definiu se está disposto a se lançar como candidato ao Planalto. Mas, segundo o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), ele não descartou a possibilid­ade de participar da disputa. O prazo para essa decisão seria em outubro. “Temos um diálogo excelente com Moro”, disse Oriovisto. “Ele já nos disse que, se resolver entrar na política, vai se filiar ao Podemos.

Fizemos reuniões e estamos insistindo nisso com ele. Moro ainda não aceitou ser candidato a presidente, mas também não disse não.”

A mobilizaçã­o pró-Moro já discute a organizaçã­o de eventos para impulsiona­r seu nome, como jantares de empresário­s. Outros partidos também estão sendo contatados sobre um eventual projeto em torno da candidatur­a para garantir musculatur­a política a uma possível campanha presidenci­al.

Apesar do entusiasmo, a construção da candidatur­a de Moro não é tão simples. Depois que o Supremo Tribunal Federal anulou as decisões que condenaram Lula e considerar­am o ex-juiz parcial, houve inegável perda de capital político. Além disso, sua turbulenta passagem pelo governo Bolsonaro contribuiu para enfraquece­r seu nome como opção na terceira via.

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