O Estado de S. Paulo

Em Tóquio, presidente do COI pede calma com aumento da covid

- TÓQUIO

O aumento do números de casos de covid-19 no Japão às vésperas do início dos Jogos Olímpicos de Tóquio, previsto para o próximo dia 23, causa preocupaçã­o em todos no país, mas ontem o presidente do Comitê Olímpico Internacio­nal (COI), o alemão Thomas Bach, procurou passar uma mensagem de calma em relação ao assunto ao dizer que as medidas para evitar um cresciment­o dos casos de covid-19 implementa­das para o evento “funcionam”.

O Governo Metropolit­ano de Tóquio reportou 1.308 novos casos de covid-19 entre quarta e ontem. O número é o maior na cidade desde o dia 21 de janeiro.

A oito dias do início da Olimpíada, a capital japonesa registra mais de mil casos pelo segundo dia seguido. Tóquio está sob estado de emergência desde a última segunda e ontem a cidade já havia registrado 1.149 casos do novo coronavíru­s. A média atual é de 882,1 novos casos na capital do Japão por dia.

De acordo com um relatório divulgado pelo COI, um atleta não identifica­do, que ainda não está na Vila Olímpica, testou positivo para o novo coronavíru­s em sua chegada ao Japão. Ele já foi isolado e ficará em quarentena por 14 dias. Além disso, outras cinco pessoas que trabalham noss Jogos Olímpicos também estão infectadas pela doença, segundo os organizado­res.

Bach assegurou, após uma visita à Vila Olímpica, que está convencido de que as medidas anticovid “foram implantada­s e funcionam”. “Pudemos ver para nos convencer de que todas as delegações estão seguindo as regras e os protocolos e as apoiam porque sabem que interessa estar em segurança”, declarou o dirigente durante um encontro com a governador­a de Tóquio, Yuriko Koike. “Todos têm esse interesse e também por solidaried­ade com os habitantes de Tóquio”, completou.

Embora a capital japonesa esteja sob estado de emergência devido ao aumento de infecções, Bach disse que ele “não especulará” sobre o que pode acontecer caso a situação da covid-19 piore na capital japonesa no período dos Jogos. “Nós, o COI, nunca abandonare­mos os atletas e, com o cancelamen­to, teríamos perdido toda uma geração de atletas. Portanto, um cancelamen­to para nós não era realmente uma opção”, disse ao referir-se à decisão de março no ano passado para adiar os Jogos devido à crise global de saúde.

Bach afirmou ainda que cancelar os Jogos Olímpicos e receber dinheiro do seguro era a “maneira mais fácil” na época, mas o COI não escolheu esse caminho e investiu ainda mais para que o evento no Japão acontecess­e neste ano.

Contágio. Pelo menos oito funcionári­os de um hotel japonês, em Hamamatsu, onde a equipe de judô do Brasil está hospedada na fase final de preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, testaram positivo em testes de covid-19, informaram as autoridade­s locais. Funcionári­os sanitários e de esportes da cidade, a oeste da capital japonesa, revelaram que os exames foram feitos antes da chegada da delegação do Brasil, com 31 pessoas, no último sábado.

Em nota, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) reforçou que nenhum atleta teve contato com os infectados. “Todas as medidas foram reforçadas no hotel onde seis atletas olímpicos de judô estão hospedados em Hamamatsu. Nenhum desses funcionári­os teve contato com os atletas brasileiro­s.”

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KIM KYUNG-HOON/REUTERS Judô. Atletas brasileiro­s chegaram a Hamamatsu no sábado

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