O Estado de S. Paulo

Estabilida­de nos Correios após venda pode cair

- BRASÍLIA SÃO PAULO / AMANDA PUPO, MARLLA SABINO e FRANCISCO CARLOS DE ASSIS

A secretária especial do Programa de Parcerias de Investimen­tos (PPI), Martha Seillier, indicou que o governo federal vai tentar reduzir a estabilida­de de 18 meses para funcionári­os do Correios com a venda da estatal, como prevê o parecer do deputado Gil Cutrim (Republican­osMA). Ele é relator do projeto de lei que permite a privatizaç­ão do Correios, estatal que detém o monopólio dos serviços postais (correspond­ências), e que deve ser votado em agosto pela Câmara dos Deputados.

Em entrevista ao Live Broadcast ontem, a secretária elogiou o trabalho do parlamenta­r no relatório, mas ressaltou que a duração da estabilida­de – que veda demissões por um período pelo novo dono do Correios – precisa ser melhor calibrada.

Segundo ela, não há precedente em outros projetos de privatizaç­ão tocados pelo governo de uma estabilida­de que chegue a 18 meses – o máximo, até agora, seria de um ano. A secretária alertou que, a partir disso, a medida pode resultar em algum ônus para a nova administra­ção e afastar o interesse de investidor­es no leilão.

“Uma estabilida­de muito grande pode ser vista pelo investidor que está vindo como preocupaçã­o”, disse. Ela afirmou que uma estabilida­de bem calibrada é importante para que os trabalhado­res da estatal, hoje com quase 100 mil funcionári­os, tenham oportunida­de de mostrar seu valor para a companhia.

A secretária disse também que, apesar de a população muitas vezes associar o processo de privatizaç­ão a demissões, no caso do Correios o que se vislumbra é o contrário, com a possibilid­ade de contrataçõ­es ao longo dos anos.

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