Inundações na Europa matam mais de 150
As inundações causadas por violentas chuvas que atingiram uma faixa da Europa Ocidental já mataram 157 pessoas, segundo números divulgados pelas autoridades locais ontem. As chuvas, que começaram na quinta-feira, arrastaram vilarejos inteiros após um temporal de verão (no Hemisfério Norte) em níveis que não eram vistos na região havia um século.
O país mais atingido foi a Alemanha, com 133 mortos. O governo da Bélgica confirmou 24 óbitos, mas estima que haja mais mortos na tragédia.
Até ontem a maioria dos desaparecidos havia sido contabilizada, mas o recuo das águas começava a revelar a extensão dos danos. “Muitas pessoas perderam tudo o que passaram suas vidas construindo. Seus pertences, sua casa, o telhado sobre suas cabeças”, disse o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, após visitar a cidade de Erftstadt. Os militares alemães usam veículos blindados para remover carros e caminhões arrastados pelas enchentes em uma estrada próxima à cidade. Até a tarde de ontem, nenhuma vítima foi encontrada nos veículos, disseram as autoridades.
Na área de Ahrweiler, a polícia alertou sobre um risco potencial de linhas de transmissão de energia que desabaram. Muitas áreas ainda estão sem eletricidade e telefone.
Fortes inundações também afetaram Holanda, Luxemburgo e Suíça, e alertas foram emitidos em regiões da França.
No sul da Holanda, voluntários trabalharam para escorar diques e proteger as estradas.
Milhares de moradores puderam voltar para casa na manhã de ontem, após terem deixado as residências entre quinta e sexta-feira.
A tempestade – em níveis não vistos na região nos últimos 100 anos – desencadeou apelos para que se acelerem as ações contra as mudanças climáticas e a proteção contra enchentes em meio a eventos climáticos irregulares. A tragédia ocorre um dia depois de a UE anunciar planos ambiciosos para reduzir, em menos de uma década, as emissões líquidas de gases do efeito estufa em pelo menos 55% abaixo dos níveis de 1990.