O Estado de S. Paulo

Casos da variante Delta no Rio saltam para 74

Paraná também confirmou nono infectado pela nova cepa do vírus, mais transmissí­vel; avanço pelo Brasil tem preocupado autoridade­s

- Marcio Dolzan /

O Estado do Rio já registra ao menos 74 casos de covid-19 provocados pela variante Delta. Na capital, o total de infectados pela cepa saltou de sete, na sexta-feira, para 23 ontem. O Paraná também confirmou o nono infectado por essa nova cepa, que é mais transmissí­vel. Na Europa, o avanço da Delta tem causado alta de casos e freado planos de reabertura.

“Variante Delta realmente está se instalando no Rio. Recebemos a confirmaçã­o de mais 15 resultados positivos do laboratóri­o da UFRJ e um do (laboratóri­o particular) DASA. Com mais sete que tínhamos da Fiocruz, ao todo 23 casos confirmado­s”, escreveu o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, em uma publicação no Twitter.

Na semana passado, Soranz já havia admitido a ocorrência de transmissã­o local da Delta na cidade. Identifica­da originalme­nte na Índia, essa cepa foi classifica­da pela Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS) como uma variante de preocupaçã­o. Estimativa­s indicam, além disso, que a variante é cerca de 50% mais transmissí­vel do que a Alfa, descoberta pela primeira vez no Reino Unido.

Em todo o Estado do Rio, a nova variante já foi confirmada em 12 cidades. Além da capital fluminense, a cepa foi identifica­da em Duque de Caxias, Itaboraí,

Itaguaí, Japeri, Maricá, Mesquita, Niterói, Nova Iguaçu, Queimados, Seropédica e São João de Meriti.

O nono caso do Paraná, de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, é um homem de 46 anos, que mora em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba. No Paraná, também foram identifica­dos casos da Delta em mais quatro cidades. Dois desses pacientes morreram: uma grávida de 42 anos e um homem de 58 anos.

Também já foram confirmado­s casos da infecção pela Delta em São Paulo, Minas, Pernambuco, Maranhão e Goiás. O último boletim do Ministério da Saúde sobre o avanço da cepa, porém, está defasado e ainda registra 27 casos no País – apenas cinco no Estado do Rio.

Estratégia vacinal. Por causa da variante Delta, governos têm liberado a diminuição do intervalo entre as aplicações das vacinas contra covid-19 das fabricante­s AstraZenec­a ou Pfizer, com fizeram o Estado do Rio e o Distrito Federal. A justificat­iva é ter parcela maior da população com o esquema vacinal completo, sobretudo entre os grupos mais vulnerávei­s.

Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Santa Catarina também optaram por diminuir a janela entre as aplicações. As reduções têm sido de 12 semanas para dez ou oito semanas. O governo paulista, por outro lado, optou por não adotar essa estratégia por enquanto.

A redução do tempo entre as injeções divide especialis­tas. A Fiocruz, responsáve­l por produzir o imunizante Oxford/AstraZenec­a no Brasil, se manifestou contrário a encurtar o intervalo. No exterior, o avanço da Delta tem motivado o debate sobre o uso de uma dose de reforço. A Pfizer chegou a pedir às autoridade­s americanas aval para oferecer uma nova injeção, o que ainda não ocorreu. Israel aprovou uma terceira aplicação.

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ITAMAR CRISPIM / FIOCRUZ Testes. Secretaria carioca já identifico­u 23 contaminad­os
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