Após cortes, BB estuda criar nova vice-presidência
OBanco do Brasil avança em estudos para criar uma nova vice-presidência. O plano é parte das mudanças recém-anunciadas e que diminuem em três o número total de diretorias. Por outro lado, a atual gestão, sob o comando de Fausto Ribeiro, caminha para retomar a estrutura prévia à chegada dos liberais, que assumiram com o discurso de redução da máquina pública. Atualmente, o BB tem oito vice-presidências. Uma delas já foi recriada pela atual gestão. Com mais uma, o número total de vice-presidências subirá a nove. A estrutura é maior do que a de grandes rivais privados, mas ainda mais enxuta que a da Caixa Econômica Federal - com 12 vice-presidências. A ideia em estudo, de acordo com uma fonte, é criar uma vice-presidência com foco em negócios.
» Retorno. A estrutura existia até o governo do ex-presidente Michel Temer. Com a chegada dos liberais na administração atual, a área foi eliminada e integrada à vice-presidência de tecnologia sob a justificativa de maior eficiência. O movimento ocorreu na gestão do economista Rubem Novaes e foi mantido por seu sucessor, André Brandão.
» Área crítica. A leitura da atual administração, porém, é a de que o movimento não surtiu efeito. Ao contrário. Com a eliminação da vice-presidência voltada a negócios, perdeu-se o foco em uma área considerada “crítica” para o desenho de processos com o cliente no centro.
» Pré-liberais. A gestão de Ribeiro estuda voltar ao que era antes. A condição, contudo, é um corte de custos prévio para evitar aumento de despesas. Mudanças já começam a aparecer. Há duas semanas, o BB anunciou a integração de unidades e diretorias e, respectivamente, corte de despesas. Na prática, a alta cúpula cresce. Mas a estrutura abaixo não acompanha o movimento. Procurado, o BB não comentou.
» De saída. Maite Leite, presidente do Deutsche Bank no Brasil, vai deixar o cargo no fim deste ano, no contexto de uma revisão de estratégia de longo prazo da instituição na América no Sul e no País. A alteração ocorrerá em meio a um processo que visa a aumentar a força e a presença do banco alemão junto a filiais de companhias multinacionais no País e empresas nacionais.
» Investidor. Pesquisa realizada pela ZRG Brasil, empresa de recursos humanos para o alto escalão, aponta que 51% dos profissionais de relações com investidores em posições de gerência ou diretoria não se interessam em avaliar propostas para mudar de emprego. O estudo aponta ainda que 80% deles estão há menos de um ano atuando em um projeto específico de IPO.
» Mercado. O levantamento foi feito com 152 profissionais da área de 115 empresas nos diferentes segmentos. Neste ano, a Bolsa deve movimentar dezenas de bilhões em IPOs. Com a procura aquecida, os profissionais estão mais criteriosos. A área de RI está com alta demanda por profissionais experientes, mas a oferta é limitada. Para não ficar sem um time de relações com investidores, o jeito tem sido buscar profissionais em outras áreas.
» Shopping virtual. Depois de a MRV&Co ocupar diferentes setores imobiliários (construtora MRV, empresa de loteamentos Urba e locadoras de apartamentos Luggo e AHS), o próximo passo será dar mais musculatura ao seu shopping virtual - o Mundo da Casa. O negócio surgiu em 2018 e já alcançou receita anualizada da ordem de R$ 100 milhões. É pouco perto do faturamento total de R$ 6,6 bilhões em 2020, mas, na visão da diretoria, dá para render muito mais. A ideia é surfar a onda de digitalização das atividades, vista em áreas sem muita tradição no universo online, como educação e saúde.
» Vem aí. A MRV&CO deve anunciar nas próximas semanas uma iniciativa para reforçar o portfólio do Mundo da Casa e a sua divulgação. O marketplace tem o propósito de reunir num só lugar diferentes produtos e serviços para os consumidores que compraram ou alugaram um imóvel do grupo e terão relação com a empresa por muitos anos.
» Multiplicando. Segundo copresidente da MRV&CO, Eduardo Fischer, o objetivo é estreitar o relacionamento com os cerca de 500 mil clientes. Além disso, está consolidando o patamar de produção de 50 mil moradias por ano - cada unidade recebe, em média, três pessoas. Portanto, são perto de 150 mil novos clientes na mira do marketplace.
» Não é a única. Outras empresas tradicionais estão seguindo os mesmos rumos, inspiradas em unicórnios como o QuintoAndar, que cresceram no mercado imobiliário digital. A Gafisa, por exemplo, também decidiu criar seu próprio marketplace, chamado Viver Bem.