O Estado de S. Paulo

‘A CULTURA SEMPRE SOBREVIVE’

- /SOFIA PATSCH

Marcelo Serrado está animado com a volta do personagem Malagueta, na reestreia da novela Pega Pega, amanhã, na Globo. “O Malagueta foi um dos personagen­s mais marcantes da minha carreira, depois do Crô, é claro”, disse o ator, que completa 31 anos de estrada este ano. “Foi uma surpresa essa reprise, fiquei muito feliz”.

Serrado também está com dois projetos no Globo Play e se prepara para gravar a próxima novela das 19h, Cara e Coragem. Além da volta à telinha, o ator revisitou seus tempos de músico e voltou a soltar a voz, ao lado de Eriberto Leão, em apresentaç­ões no Oi Casa Grande, no Rio. No repertório? “De Sinatra a Wando”. Confira entrevista a seguir.

• Está gravando alguma coisa para o streaming?

Estou com dois projetos na Globo Play, a terceira temporada da série A Divisão, do José Júnior, do Afro Reggae e no O Jogo Que Mudou A História, uma série que aborda o começo do trafico de drogas no Rio, como surgiram as facções, é um trabalho que me exige muito, fisicament­e falando, coisa que meu próximo personagem também exige.

• E qual será o personagem?

Sou um dos protagonis­tas da próxima novela das 19h, Cara e Coragem, que também é da Claudia Sotto (autora de Pega Pega). Estou malhando todo dia e cuidando da alimentaçã­o, vamos começar a gravar em janeiro.

• Como começou essa história de cantar?

Fui músico antes de ser ator. Quando fiz Noviça Rebelde, O Musical fiquei com gostinho de quero mais. Depois do programa Pop Star comecei a querer cantar o que meus pais escutavam, que vai de Frank Sinatra a Wando. Estou fazendo uma dobradinha com Eriberto Leão, um dia ele canta de Raul a Jim Morrison e no outro eu canto de Sinatra a Wando.

• E como está a frequência? As pessoas estão indo aos shows?

Fiz uma pesquisa no último show e pedi pra plateia levantar a mão quem já tinha vacinado. Para minha surpresa 98% da plateia já estava vacinada, pelo menos com a primeira dose. Isso me trouxe esperança de que as coisas estão voltando.

• A área cultural foi uma das mais afetadas na pandemia. Como sentiu isso na prática?

Para se ter uma ideia, o musical que eu estava fazendo antes da pandemia, O Jovem Frankenste­in, eram 20 pessoas só na orquestra musical, mais 30 atores. Uma média de 60 profission­ais trabalham por musical. Antes da pandemia aconteciam de 10 a 15 musicais na cidade de São Paulo, simultanea­mente. É só fazer as contas para ver o tamanho do desemprego.

• Sente que as pessoas ainda estão com medo de voltar a frequentar os teatros e casas de show?

Acho que estão, mas também estão começando a sentir que precisam ir, até para se desligar um pouco de tudo isso. Fui num concerto de musica clássica esses dias e me fez um bem absurdo. Eu tenho uma teoria sobre isso.

• Qual?

Existe uma coisa que se chama demanda reprimida. Um exemplo é o pós-Gripe Espanhola, que matou 50 milhões de pessoas, quando acabou, a Europa cresceu muito, econômica e artisticam­ente. Acredito que quando controlar a covid será parecido.

• A cultura vai se reerguer com mais força?

A Broadway volta dia 4 de setembro, imagine como vai ser a comoção, vai se refletir no mundo todo. A arte sempre sobrevive, mesmo em casa as pessoas estão consumindo arte, vendo séries.

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PRISCILA PRADE

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