O Estado de S. Paulo

Como funciona o dispositiv­o

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1. O que é o “spyware”?

Spyware é um termo genérico para uma categoria de software malicioso, ou malware, que coleta informaçõe­s do computador, telefone ou outro dispositiv­o. O spyware pode ser relativame­nte simples, aproveitan­do as vulnerabil­idades de segurança conhecidas para invadir equipament­os protegidos. Alguns, porém, são muito sofisticad­os, contando com falhas de software que podem permitir que alguém entre até mesmo nos smartphone­s mais novos.

2. Quem usa o dispositiv­o?

O spyware mais sofisticad­o é geralmente usado por agências de inteligênc­ia e há um mercado privado para fornecer essas ferramenta­s a nações que podem pagá-las, incluindo os EUA.

3. O que o “spyware” pode coletar?

Quase tudo em um dispositiv­o é vulnerável. Muitas pessoas estão familiariz­adas com a escuta telefônica tradiciona­l, que permite o monitorame­nto em tempo real das chamadas, mas o spyware pode fazer isso e muito mais. Ele pode coletar e-mails, publicaçõe­s em mídias sociais, registros de chamadas e até mesmo mensagens em aplicativo­s de bate-papo criptograf­ados como Whatsapp ou Signal. O spyware pode determinar a localizaçã­o de um usuário, juntamente com se a pessoa está parada ou em movimento – e em que direção.

4. Por que a criptograf­ia não impede isso?

O que é conhecido como “criptograf­ia ponta a ponta” protege a transmissã­o de dados entre dispositiv­os. É útil para impedir ataques em que um hacker intercepta uma mensagem entre o remetente e o destinatár­io. Essas formas de criptograf­ia foram muito adotadas em serviços comerciais após revelações de Edward Snowden sobre a Agência de Segurança Nacional dos EUA, em 2013. Com o “spyware”, a mensagem criptograf­ada chega ao dispositiv­o pretendido e o sistema executa um programa para decodificá-la e tornála legível. Quando isso acontece, o spyware também pode lê-la. / W. POST

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