O Estado de S. Paulo

Países decidem elevar a produção de petróleo

Membros da Opep+, que inclui a Arábia Saudita e a Rússia, vão ampliar a extração em 400 mil barris a cada mês até o fim do ano

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A Organizaçã­o dos Países Exportador­es de Petróleo e suas nações aliadas (Opep+), grupo que inclui a Rússia e o México, concordara­m, ontem, em aumentar no ano que vem os limites de produção de petróleo impostos a cinco países e a elevar sua produção em 2 milhões de barris por dia até o fim deste ano, encerrando uma disputa que agitou o mercado de petróleo nos últimos meses.

A partir de agosto, o grupo aumentará sua produção em 400 mil barris por dia a cada mês até dezembro, até chegar ao total de 2 milhões de barris. No ano que vem, a Opep+ concordou em reavaliar o corte de 5,8 milhões de barris de produção até o fim de 2022, que havia sido planejado no ano passado.

O acordo de ontem foi alcançado depois de uma divergênci­a desencadea­da pelos Emirados Árabes Unidos, que desejavam aumentar a sua própria produção. O tema esteve no centro de um embate numa outra reunião do grupo em julho.

Em nota, a Opep+ anunciou que Iraque, Kuwait, Rússia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos aumentarão os seus limites de produção. “O que nos une é muito além do que se pode imaginar”, disse o ministro da Energia da Arábia Saudita, o príncipe Abdulaziz bin Salman. “Nós divergimos aqui e ali, mas nos unimos.”

Abdulaziz se recusou a explicar como os países chegaram ao consenso, após resistênci­a da Arábia Saudita em concordar com a demanda de aumento de produção dos Emirados Árabes Unidos.

Sob os novos limites, os Emirados Árabes Unidos seriam capazes de produzir até 3,5 milhões de barris de petróleo bruto por dia a partir de maio de 2022. Isso está abaixo dos 3,8 milhões de barris por dia que buscava. O limite da Arábia Saudita de 11 milhões de barris por dia aumentaria para 11,5 milhões, assim como o da Rússia. Iraque e Kuwait tiveram aumentos menores.

Em sua declaração, a Opep+ reconheceu que os preços do petróleo continuam a melhorar. “A recuperaçã­o econômica continua na maior parte do mundo com a ajuda de programas de vacinação”, disse o grupo.

No ano passado, os preços do petróleo despencara­m em meio à pandemia de covid-19, com a queda na demanda por combustíve­l em todo o mundo. O consumo desde então se recuperou, com a vacinação.

No ano passado, a Opep+ concordou em cortar um recorde de 10 milhões de barris de petróleo por dia para aumentar os preços. Desde então, o grupo adicionou gradualmen­te cerca de 4,2 milhões de barris.

O príncipe Abdulaziz, ao elogiar o acordo de ontem, fez uma avaliação animadora do futuro da associação de países exportador­es de petróleo, apesar da recente turbulênci­a. Ele sugeriu que o grupo ampliado, com a participaç­ão de outros países, pode durar além do término dos cortes no próximo ano. “A Opep+ veio para ficar”, afirmou o príncipe.

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SIMON DAWSON Petróleo. Depois de cair em 2020, demanda volta a crescer

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