O Estado de S. Paulo

Grupo que atua na Saúde é alvo por superfatur­amento

- André Shalders Lauriberto Pompeu

Uma empresa que presta serviço para o Ministério da Saúde é investigad­a por suspeitas de superfatur­amento de R$ 16 milhões na própria pasta. O valor foi apontado pela área técnica do Tribunal de Contas da União em contrato anterior firmado com o ministério pelo grupo Voetur, proprietár­io da VTCLOG, atual encarregad­a da logística para entrega de vacinas.

Com histórico de investigaç­ões, a empresa entrou na mira da CPI da Covid: os senadores aprovaram requerimen­to do vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues (Redeap), para convocar a executiva da empresa Andreia Lima. “(Pode haver) contrato superfatur­ado para distribuiç­ão de vacinas. Estamos investigan­do”, disse o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), ao Estadão. Só neste ano, o Ministério da Saúde empenhou R$ 258,14 milhões em favor da VTCLOG, dos quais R$ 137,5 milhões já foram pagos.

Os técnicos do TCU se manifestar­am numa tomada de contas especial (TCE), instaurada no ano passado, em relação a contratos anteriores firmados com a companhia. O processo faz referência a supostas irregulari­dades em dois contratos da Voetur com o Ministério, assinados em 1997 e em 2003. Nos dois casos, a auditoria encontrou suspeitas de irregulari­dades. “Ficou comprovado que os pagamentos à empresa ficaram 1.825% acima do valor contratado”, disse o tribunal.

Esses casos, agora, somamse a novas denúncias contra a empresa. A companhia está envolvida em suspeitas que envolvem aditivo de R$ 18 milhões em um contrato atual com a Saúde. Neste caso, o valor teria sido 1.800% superior ao recomendad­o pela área técnica da pasta, segundo reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo.

A empresa negou irregulari­dades nos contratos com a Saúde e disse que está apta a participar de licitações. O Ministério da Saúde não respondeu aos questionam­entos da reportagem até a conclusão desta edição.

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