Contagem regressiva
Blue Origin, de Jeff Bezos, faz hoje seu voo inaugural.
A viagem que vai levar o homem mais rico do mundo para o espaço está programada para hoje. O primeiro voo tripulado da Blue Origin, empresa de exploração espacial de Jeff Bezos, fundador da Amazon, está marcado para as 10h (horário de Brasília) – o lançamento acontecerá no oeste do Texas (EUA), em local próximo à cidade de Van Horn.
O foguete New Shepard deve ser lançado com quatro passageiros: Jeff Bezos; seu irmão (Mark Bezos); uma pioneira do setor aeroespacial de 82 anos (Wally Funk); e um jovem de 18 anos (Oliver Daemen). A viagem deve durar 11 minutos e ter três etapas: o lançamento do foguete, a separação da cápsula com os passageiros e o retorno da tripulação à Terra em queda com paraquedas em direção à mesma região de onde partiu.
Diferentemente dos voos para a Estação Espacial Internacional, que está em órbita a 408 km da Terra, a nave New Shepard fará uma viagem suborbital: o objetivo é cruzar a linha de Karman, a 100 km de altitude, que marca o início do espaço sideral, conforme convenção internacional.
Caso seja concluída com sucesso, a viagem colocará a Blue Origin no mapa da exploração espacial privada, uma disputa que vê outras empresas na dianteira. Entre elas, estão a Spacex, de Elon Musk, e a Virgin Galactic – a empresa capitaneada por Richard Branson realizou no último dia 11 um voo suborbital com a presença do bilionário.
Os preços de um assento em uma nave da Blue Origin ainda são um mistério – a empresa ainda não revelou os valores oficiais dos voos. Oliver Daemen, estudante de física de 18 anos que comprou seu lugar no foguete, não divulgou o quanto pagou. Por enquanto, o parâmetro do preço para um assento na nave é um leilão de US$ 28 milhões, abocanhado no mês passado por um milionário desconhecido, que acabou desistindo desta viagem por motivos de “agenda”. Já a Virgin Galactic irá comercializar os seus voos por US$ 250 mil.
Sem piloto. Em testes desde 2015, o foguete da Blue Origin já realizou 15 voos, mas nenhum com passageiros a bordo. O diferencial tecnológico é seu sistema de inteligência artificial (IA): o veículo é totalmente autônomo, o que significa que todos a bordo são passageiros. Não há pilotos no comando.
Além disso, mirando o barateamento das viagens espaciais, a Blue Origin usa uma técnica de reutilização de foguete, em que o lançador desce verticalmente para a Terra depois de cumprir o objetivo de lançar a cápsula – é um método também explorado pela Spacex.