O Estado de S. Paulo

Os desafios globais para se chegar ao carbono zero em 2050

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• Plano A Agência Internacio­nal de Energia traçou um plano para que o mundo se descarboni­ze nos próximos 30 anos. São mais de 400 itens na lista de mudanças que precisam ser feitas, além da necessidad­e de um aumento para US$ 4 trilhões no investimen­to anual global em energia limpa – hoje, esse montante é um pouco superior a US$ 1 trilhão • Sem estratégia Do lado dos países, ainda falta estratégia para se atingir esse objetivo. Apesar de 135 já terem anunciado que pretendem ser neutros em carbono, apenas 23 deles publicaram o plano para alcançar a meta – outros dois (Butão e Suriname) já a atingiram • Cooperação Apesar da ausência de um plano bem elaborado na maioria dos países, a consultora Gabriela Werneck, sócia da Bain & Company, diz acreditar ser possível atingir a meta. “Mas o desafio será grande. Tem de ter cooperação internacio­nal, além de consumidor­es, empresas e governos dispostos. Em alguns setores da economia, isso vai ser disruptivo e talvez se passe a pensar em uma nova linha de negócios ou em uma nova fonte de receita para as empresas” • Oportunida­des Se os desafios à frente são gigantes, as oportunida­des também são, sobretudo para aqueles – países e empresas – que se mexerem primeiro, diz o consultor Jorge Hargrave, diretor do Boston Consulting Group (BCG). “Sempre que você é o primeiro a aderir a uma tendência, você desfruta de uma posição competitiv­a favorável nos primeiros anos e de taxas de lucro acima do normal” • Longo prazo Entre as oportunida­des que virão com a transforma­ção energética, Hargrave destaca o aumento da demanda por PET reciclável e por materiais usados na fabricação de baterias, como lítio, níquel e cobre. Quem investir nesses segmentos, deve ter venda assegurada no futuro. Por outro lado, os que necessitam dessas matérias-primas precisam garantir suprimento agora, com contratos de longo prazo

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