Com a chegada do final do ano, o que é possível esperar das ações dos shoppings?
Ações de centros de compras estão no vermelho no ano, mas podem crescer com fim de restrições impostas na pandemia
Para muitos brasileiros, a chegada aos últimos meses do ano significa o momento de comprar os presentes de Natal para familiares e amigos ou até presentear a si mesmo. Historicamente, é nesse período do ano que os centros comerciais tendem a lotar e registrar os maiores lucros. Por causa do movimento, as atenções no mercado financeiro voltam-se às ações de shopping centers.
Em meio à queda do Ibovespa registrada nos últimos meses, o setor de exploração imobiliária pode ser uma boa alternativa pensando nas vendas em alta até o começo de 2022? Vale lembrar que, em setembro, a maior parte das ações de empresas varejistas fechou no vermelho. Olhando para os shoppings, apenas o JPSA3, da Jereissati Participações, tem acumulado resultado positivo no ano, diferentemente dos outros sete papéis do setor. A companhia está em processo de incorporação com a Iguatemi (IGTA3), que, apesar da queda de 9,33%, apresenta o segundo melhor resultado entre os pares.
Para analistas do mercado financeiro ouvidos pelo E-investidor – serviço de informações financeiras do Estadão, o resultado negativo não é exclusivo do segmento, mas da renda variável como um todo por conta da estrutura política que vem afetando a volatilidade nos investimentos, como a preocupação com o teto de gastos públicos, além da PEC dos precatórios e do envolvimento de nomes da política monetária nacional em esquemas fiscais.
Ricardo França, analista de investimentos da Ágora, aponta que o aumento dos custos com energia elétrica, combustíveis e commodities causaram o crescimento expressivo da inflação, afetando o poder de compra da população.
França ainda ressalta que o início de pagamento do 13.° também deve contribuir para o aquecimento das vendas. “Existem boas oportunidades, entretanto, para uma performance melhor, é preciso condições macro mais favoráveis.”
De acordo com Dany Chvaicer, head de renda variável e cofundador da Ébano Investimentos, shoppings pequenos e com localização desfavorável devem sofrer mais. Segundo ele, com a inflação alta, o poder de compra das classes mais baixas vai afetar os gastos familiares, o que deve diminuir os resultados dos empreendimentos mais populares. Apesar disso, Chvaicer explica que, em geral, os contratos com lojas não tendem a ser afetados. “Os contratos costumam ser de longo prazo o que torna o setor parcialmente protegido.”
Apenas o JPSA3, da Jereissati Participações, tem acumulado resultado positivo no ano