Filhos de ex-funcionários reabrem Mesbla 23 anos depois da falência
Vinte e três anos após sua derrocada, a marca Mesbla foi resgatada por dois irmãos, filhos de ex-funcionários da varejista que já foi uma gigante no passado, com mais de 180 lojas espalhadas pelo País em seu auge. O empreendedor Marcel Jerônimo
e o advogado Ricardo Viana desembolsaram R$ 500 mil, com recursos da família, pela licença de uso da marca. A Mesbla ganhou nova roupagem, bem distante das megalojas do passado: seu formato será apenas online, por meio de um marketplace, modelo em que lojistas se “plugam” à plataforma.
O pai de Marcel e Ricardo, Alfeu Viana, trabalhou na Mesbla por seis décadas – seu único emprego. Ele se aposentou quando foi decretada a falência da Mesbla, em 1999, quase 90 anos após a fundação, em 1912. “Meu pai sentiu muito”, conta Viana, que antes do investimento atuava como advogado nas áreas cível e trabalhista. Ele lembra que Alfeu e sua mãe, Adeilza Viana, se conheceram trabalhando na varejista, e que seu irmão e sócio, Marcel, começou a trabalhar na empresa aos 14 anos.
Segundo Viana, desde a falência, o interesse na marca sempre existiu, até a chegada da pandemia, período em que ele e o irmão perceberam que o e-commerce poderia ser um caminho.
Em 2021, o segmento cresceu 26,9%, comparado ao ano anterior, com faturamento próximo a R$ 160 milhões, segundo pesquisa da empresa Neotrust, responsável por monitorar 85% do varejo online do País.
O site Mesbla.com – um marketplace com ofertas de eletrônicos, informática e brinquedos – está no ar, com 250 mil produtos já disponíveis. A conversa com os lojistas tem sido positiva, diz o empreendedor, que não revela metas ou planos futuros. •
FERNANDA GUIMARÃES