O Estado de S. Paulo

Ministro defende privatizar Petrobras

Em seu ‘primeiro ato’ no comando de Minas e Energia no lugar do demitido Bento Albuquerqu­e, o economista Adolfo Sachsida pede estudos sobre a venda da estatal

- ADRIANA FERNANDES MARLLA SABINO

No primeiro pronunciam­ento como ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida afirmou ontem que solicitou estudos sobre uma possível privatizaç­ão da Petrobras e da Pré-sal Petróleo (PPSA), responsáve­l pelos contratos da União no pré-sal. “Como parte do meu primeiro ato (como ministro), solicito também o início dos estudos tendentes à proposição das alterações legislativ­as necessária­s à desestatiz­ação da Petrobras”, disse à imprensa.

A opção do presidente Jair Bolsonaro pelo economista destoa da praxe de ter no cargo um político ou um técnico do setor. Economista, Sachsida sucede a Bento Albuquerqu­e, demitido por suposta falta de controle sobre a Petrobras, em meio a pressão nos preços dos combustíve­is – que preocupa Bolsonaro em campanha à reeleição.

Sem citar os preços dos combustíve­is, Sachsida comentou que “medidas pontuais têm pouco ou nenhum impacto, e por vezes têm impacto oposto ao desejado”. Como mostrou o Estadão, a pressão por um subsídio ao diesel foi renovada com o aumento desta semana. O reajuste não cobriu a defasagem de preços, e se espera também uma subida da gasolina.

A demissão de Albuquerqu­e chegou após a alta no diesel, poucos dias depois de transmissã­o ao vivo de Bolsonaro nas redes sociais apelando ao presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, e ao então ministro para não deixarem subir os preços porque a empresa tinha “gula enorme” e gordura.

Em nota, o ex-ministro disse que sua saída tinha “caráter pessoal” e foi tomada de forma consensual. Aliados, porém, contam que ele tentou reverter a situação, mas não teve apoio do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e de outros caciques do Centrão. •

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