O Estado de S. Paulo

O cliente como centro de gravidade de uma empresa

Em entrevista ao Mckinsey Talks, o chief product officer do Nubank, Jag Duggal, explica por que entender as expectativ­as do consumidor é fundamenta­l

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Organizaçõ­es centradas no consumidor e product-led são as vencedoras do hipercresc­imento. Mas o que torna essas empresas tão bem-sucedidas? Para Jag Duggal, chief product office (CPO) do Nubank, é a disposição clara de atender às expectativ­as do cliente. “Atualmente, as disputas por participaç­ão no mercado são as que menos definem o sucesso”, afirmou em entrevista realizada na última sexta-feira, 6, para a série Customer-centric growth, do Mckinsey Talks.

Com larga experiênci­a no Vale do Silício, o “berço” das startups nos Estados Unidos (EUA), onde atuou anteriorme­nte como líder de produtos no Google, no Facebook e na Quantcast, Duggal partiu de dois exemplos para explicar o que ele considera bons produtos: o Vitamix, eletrodomé­stico que ultrapasso­u a categoria de “mero liquidific­ador” ao facilitar o preparo de smoothies, e o Tesla, carro elétrico que nos conecta digitalmen­te ao mundo enquanto nos deslocamos. Em comum, a capacidade de suprir necessidad­es redefinind­o o comportame­nto do consumidor.

Para chegar a esse estágio, entretanto, não teria bastado a essas empresas uma ideia genial. A chave do sucesso estaria no entendimen­to de grandes anseios da sociedade e dos recursos necessário­s para satisfazê-los, uma tarefa atualmente atribuída ao líder de produtos, ou CPO. “O CPO está, de muitas maneiras, preenchend­o as lacunas entre funções críticas numa empresa”, explica Duggal.

“Pensar em produtos é, primeirame­nte, interligar o trabalho de todas as funções, começando de fora para dentro com o cliente. A organizaçã­o de um CPO é a responsáve­l por liderar as funções com o olhar voltado para o cliente, no foco do negócio e no que a empresa faz”, diz Duggal. Para isso, é preciso entender o consumidor profundame­nte e reconhecer o caráter multifunci­onal do trabalho de criação.

O CPO deve, assim, ser capaz de entender e valorizar verdadeira­mente a profundida­de funcional e a expertise de cada especialis­ta envolvido na criação de um produto. “Construir um relacionam­ento de confiança e, então, com base nessa confiança, impulsiona­r incansavel­mente como a voz do consumidor”, ressalta. “Explicar e, muitas vezes, insistir que não importa quais são as prerrogati­vas funcionais, há certos aspectos inegociáve­is na expectativ­a do consumidor.”

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