O Estado de S. Paulo

Alta cozinha japonesa no Koon

- JORNALISTA COM PÓS-GRADUAÇÃO EM GASTRONOMI­A. COZINHA E COME A TRABALHO HÁ 22 ANOS. Patrícia Ferraz • patriciacf­erraz@gmail.com

Belíssimo restaurant­e de cozinha japonesa, o Koon acaba de abrir as portas na Rua Dr. Mário Ferraz. O elogio cabe tanto à comida quanto ao ambiente com pé-direito alto, projetado por Otavio de Sanctis à base de madeira, pedra e água. Você vai precisar decidir o que quer comer, antes de escolher seu lugar no balcão, no salão ou na mesa do chef. São três serviços distintos.

No balcão de sushi você pode se entregar aos cuidados do sushiman Billy Tatsushi (ex-santa Maria), deixando com ele a escolha de uma sequência de sushis e sashimis (R$ 450). Ou pedir à la carte, nesse caso, prove o ceviche de vieiras com crocante de panko, batata-doce, cebola roxa e espuma de leite de tigre. Outra bela pedida é o sashimi de lulas cortadas em tiras fininhas e enroladas, imitando o macarrão somen, servido com ikura.

Nas mesas no salão o cardápio oferece sushis, sashimis, ceviches e pratos quentes, feitos sob o comando do chef uruguaio Joaquim Laborde.

Para uma experiênci­a mais completa, entretanto, a dica é reservar a mesa do chef – são só seis lugares. A mesa está estrategic­amente posicionad­a entre a cozinha quente e o balcão de sushis. Além da vista privilegia­da e do serviço cuidadoso, a comida ali é servida na forma de menu-degustação do tipo kaiseki (originalme­nte, a refeição dos monges budistas, hoje o estilo consiste em uma sequência de pequenos pratos sofisticad­os). O kaiseki do Koon (R$ 650) tem alto nível, tanto no frescor e na qualidade dos produtos como nas combinaçõe­s, na apresentaç­ão e no conjunto de sabores.

Mesmo recém-inaugurado, o Koon já rivaliza com outras grandes casas da cidade. Não por acaso, o sushiman Rafael Hidaka, o sócio que responde pelo conjunto da obra, trabalhou no Ryo, com Edson Yamashita (2 estrelas Michelin), além de ter passado pelo Mee, o restaurant­e japonês do Copacabana Palace. Ele diz que a ideia é fazer uma cozinha japonesa com jeito brasileiro. Não encontrei muitos vestígios da culinária nacional, mas não senti falta…

A degustação varia conforme os produtos disponívei­s no dia. Na terça da semana passada, além dos pratos já citados, os destaques foram a berinjela com creme de tofu, com molho de missô e tempurá de cebola. O delicado dumpling de lagosta servido com espuma de shoyu e vinagre japonês foi um dos melhores momentos; e, para encerrar em alto estilo, leitãozinh­o cozido em baixa temperatur­a com purê de kabocha. Ah, guarde lugar para o ravióli doce, de manga com creme de yuzu, espuma de manga e sorbet de limão. R. Dr Mário Ferraz, 441, Itaim. 12h/15h e 19h/23h (sáb., 12h/23h30; fecha dom.) •

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ELVIS FERNANDES No balcão, você se entrega aos cuidados do sushiman
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