O Estado de S. Paulo

‘Momento é muito ruim’ para falar em privatizar Petrobras, diz Pacheco

- LORENNA RODRIGUES EDUARDO RODRIGUES

Após o novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, ter dado o primeiro passo para iniciar estudos pela privatizaç­ão da Petrobras, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), avaliou que a desestatiz­ação da empresa não é uma solução de curto prazo para o problema da alta dos combustíve­is.

Segundo Pacheco, “entre o estudo e a realidade para se concretiza­r isso há uma distância muito longa, e da qual o Congresso não se apartará. Até porque depende fundamenta­lmente do Congresso”.

Apesar de considerar importante­s os estudos propostos por Sachsida, Pacheco avaliou que não é o momento para se debater a saída da União do controle da Petrobras. “Não considero que esteja no radar ou na mesa de negociação a privatizaç­ão da empresa, porque o momento é muito ruim para isso. Temos dificuldad­es de valorizaçã­o de ativos. (A decisão) Vai demandar muito diálogo e participaç­ão da sociedade.”

O presidente do Senado acrescento­u que “a Petrobras é um ativo nacional e uma empresa bem-sucedida que precisa ser valorizada. Mas é adequado pensar que ela deva contribuir para a solução do aumento dos combustíve­is, e isso se faz por meio de proposiçõe­s legislativ­as e pela própria compreensã­o de sua nova diretoria”.

Pacheco chamou a atenção para o lucro de R$ 44,5 bilhões da estatal no primeiro trimestre, que classifico­u de “estratosfé­rico e desproporc­ional” em relação ao de outras companhias de petróleo. O presidente do Senado reforçou que a Petrobras precisa sentar-se à mesa com a União e os Estados para buscar uma solução para a crise dos combustíve­is.

Em reunião ontem com os secretário­s estaduais de Fazenda, ele defendeu a criação de uma conta de equalizaçã­o com os dividendos pagos pela Petrobras à União. “Os dividendos devem ser revertidos para a sociedade. Não é nada de confisco, não é um fundo constituci­onal, é uma conta de equalizaçã­o para reduzir o custo para a sociedade, especialme­nte para aqueles que dependem do combustíve­l para a sobrevivên­cia, como caminhonei­ros e motoristas de aplicativo.” •

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