Turquia promete vetar Finlândia e Suécia na Otan; Putin ameaça retaliar

Suécia e Finlândia, que nos últimos dias aceleraram o processo de adesão à Otan, ganharam dois obstáculos poderosos pela frente: Rússia e Turquia. Ontem, o presidente russo, Vladimir Putin, falou em retaliação à entrada de ambos na aliança. Já o líder turco, Recep Tayyip Erdogan, prometeu vetar a manobra, argumentando que suecos e finlandeses dão proteção a organizações terroristas.

Os motivos de Putin são mais claros, já que a invasão da Ucrânia foi justificada, em parte, pela expansão da Otan na direção de suas fronteiras. Ontem, na cúpula da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO), em Moscou, ele criticou o eventual posicionamento de mais tropas no Mar Báltico.

“A expansão da infraestrutura militar para este território (Suécia e Finlândia), certamente, provocará uma resposta da Rússia. Veremos qual será ela com base nas ameaças que serão criadas para nós”, afirmou Putin.

ERDOGAN. Se a oposição de Putin se traduz em ameaça, a de Erdogan tem caráter mais prático e é mais difícil de superar, já que a adesão de um novo membro precisa da aprovação unânime de todos os 30 países da Otan.

Ontem, Erdogan voltou a acusar Suécia e Finlândia de abrigarem terroristas – os dois países rejeitara a extradição de 33 pessoas que fugiram de perseguição política na Turquia

Diplomacia Erdogan critica Finlândia e Suécia por abrigarem terroristas e por aceitarem sanções contra Turquia

– militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e seguidores do clérigo Fethullah Gulen, acusados de orquestrar uma tentativa de golpe de Estado, em 2016.

“Nenhum desses países tem uma atitude clara em relação a organizações terroristas”, disse Erdogan. “Como podemos confiar neles?” Ao saber que diplomatas suecos e finlandeses planejavam uma visita para tentar convencê-lo, Erdogan foi enfático. “Eles estão vindo à Turquia para me convencer? Desculpe, mas nem precisam se dar ao trabalho.”

Erdogan também disse que é contra a entrada na Otan de países que impuseram sanções à Turquia. Suécia e Finlândia aderiram ao embargo de exportação de armas após a intervenção turca na guerra civil da Síria, em 2019. •

NYT, AP e