O Estado de S. Paulo

Motor de propulsão elétrica responde com rapidez

Confira a experiênci­a de dirigir, na estrada, um veículo de última geração

- POR MÁRIO SÉRGIO VENDITTI

Opainel de instrument­os mostra que a autonomia é de 300 quilômetro­s e temos uma viagem de pouco menos de 200 pela frente. Assim, existe certa folga para chegar ao destino. Mas não se pode bobear.

Ao contrário do carro com motor a combustão, o elétrico costuma gastar mais na estrada, uma vez que o sistema de frenagem regenerati­va é usado bem menos. Ou seja, um eventual engarrafam­ento é capaz de distorcer os cálculos. Estamos ao volante do Volvo C40 Recharge, crossover totalmente elétrico da marca sueca, que chegou ao mercado brasileiro há três meses, ao custo de R$ 419.950, e roda anunciados 440 quilômetro­s com uma carga completa da bateria de 78 kwh.

O ponto inicial da jornada é Curitiba (PR) e a parada acontecerá na cidade de Cajati (SP), justamente para fazer a recarga antes de seguir viagem para São Paulo.

Em Cajati, a Volvo promoveu a inauguraçã­o do primeiro eletropost­o de um projeto de cinco etapas, cujo objetivo é aumentar a infraestru­tura de recarga nas malhas viárias do País (ver abaixo). O carro que estamos dirigindo vai estrear a nova instalação, ao lado de um outro C40.

GOOGLE NA CENTRAL MULTIMÍDIA

A experiênci­a começa antes mesmo da partida. Se você acha que o botão de ligar e desligar o motor sem precisar usar a chave é uma evolução, imagine então um automóvel que nem sequer tem esse comando. O C40 é acionado quando o motorista afivela os cintos e seleciona o câmbio automático na posição D (drive). Para desligar, é só colocar em P (parking) e sair.tudo no mais absoluto silêncio.

Em Curitiba, programamo­s o sistema de navegação para chegar a Cajati, pela Rodovia Régis Bittencour t (BR-116).

O Google, presente na central multimídia, se incumbe de orientar o motorista até o local desejado. O Google Automotive Services faz parte dos avançados recursos do carro e, quando necessário, atualiza o vasto banco de dados, deixando o sistema sempre em dia.

Na rodovia, o motor elétrico de 408 cv responde, prontament­e, e o torque de 67,3 mkgf é imediato. É só pressionar o acelerador que o carro dispara – comportame­nto importante numa situação de ultrapassa­gem. Segundo a Volvo, o C40 precisa de 4,7 segundos para sair da imobilidad­e e chegar a 100 km/h.

O C40 tem a tecnologia One Pedal Drive, que, uma vez acionada, executa a aceleração e a frenagem em um único pedal. O dispositiv­o já existe em outros veículos elétricos. Para reduzir a velocidade, basta aliviar o pé do acelerador, iniciando o trabalho de regeneraçã­o de energia.

CONDUÇÃO AUTÔNOMA Outro recurso muito usado na Régis Bittencour­t foi o controle de velocidade adaptativo. Nele, é possível ajustar a velocidade pretendida e a distância do carro à frente. Se ele diminuir a velocidade ou parar, o C40 faz o mesmo, sem a intervençã­o do motorista. Essa operação foi uma constante na rodovia repleta de caminhões, que também trafegam na pista esquerda. É a humanidade já se preparando para a condução autônoma.

Em Cajati, o C40 foi realimenta­do no novo eletropost­o, antes de seguir viagem. Saímos de lá com a carga em 80% para encarar mais 250 quilômetro­s de estrada até São Paulo. Para não haver risco de o motorista ficar na mão, o quadro de instrument­os indica a quantidade de energia que o carro consumirá até chegar ao destino, levando em conta parâmetros da distância e das condições das vias.

O Volvo C40 Recharge enfrentou uma sucessão de curvas na BR-116 e precisou andar em baixa velocidade em um trecho por causa de um tombamento de carreta na estrada. No fim, encerrou a viagem à capital paulista com 16% de carga na bateria. E sem que o motorista sentisse sinais de cansaço. Se não bastasse toda a tecnologia embarcada, o modelo é extremamen­te confor tável.

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