Países determinam avanço dos automóveis
Na Alemanha, novo BMW Série 7 para sozinho no semáforo; nos EUA, motorista poderá soltar as mãos do volante por mais tempo
No novo BMW Série 7, que chega à Europa em novembro (e, no Brasil, no ano que vem), o motorista pode manter as mãos fora do volante em estrada por tempo indeterminado. É um avanço, em relação aos sistemas atuais, nos quais o condutor só pode soltar o volante por alguns segundos. O “pode”, no caso, é uma concessão da tecnologia, não da legislação.
Por razões de segurança, cada país define o que um carro pode ou não fazer. O objetivo é evitar acidentes, como os que, recentemente, envolveram automóveis da Tesla, nos EUA, apesar de seu sistema Autopilot de direção semiautônoma. O Série 7 irá permitir as mãos fora da direção apenas em estradas dos EUA, em velocidade de até 130 km/h. Da mesma forma, na Alemanha, o modelo oferecerá tecnologia capaz de frear, automaticamente, em um semáforo vermelho.
A tecnologia permite que os carros realizem muitas tarefas de forma autônoma, mas ainda falta combinar com a legislação dos países. Quando a Audi lançou a linha 2019 do sedã A8 (no final de 2017), o modelo foi anunciado como o primeiro autônomo de nível 3. Mas ele não foi autorizado a exibir todas as suas habilidades, por causa das leis.
Mesmo na Alemanha, até hoje, é preciso manter as mãos no volante. Como seria uma tecnologia cara e ociosa, a Audi deixou de utilizá-la. Carros autônomos de nível 3 freiam, aceleram e se mantêm na faixa de rodagem sem intervenções do motorista. Mas, nesse nível, ainda é obrigatória a presença do condutor atrás do volante.
Assim, quase cinco anos depois do Audi A8, o BMW Série 7 e o Mercedes Classe S chegam anunciando suas habilidades autônomas de… Nível 3. Em suma, eles fazem muita coisa sozinhos, mas suas habilidades dependem do país em que ele estiver rodando. O Drive Pilot, da Mercedes, está disponível apenas na Alemanha.
RECONHECIMENTO DE PLACAS
Em termos de segurança, o controle de cruzeiro adaptativo evoluiu. No BMW Série 7, ele não apenas segue o ritmo do carro da frente, reduzindo e elevando a velocidade automaticamente, mas também leva em conta placas de sinalização de velocidade e informações do GPS. Com base nisso, ele pode diminuir o ritmo para respeitar os limites da via ou ao se aproximar de rotatórias, cruzamentos e curvas, por exemplo. O sistema também reconhece placas de contramão.
Entrar e sair de vagas também ficou mais fácil. O novo sedã de luxo cresceu 13 centímetros, nessa nova versão – para 5,39 metros. As dimensões poderiam ser um contratempo, na hora de estacionar. Mas o sistema batizado de Active Park Distance Control permite que o carro efetue manobras de estacionamento sem a intervenção do motorista.
Alguns dispositivos atuais facilitam a operação esterçando o volante, mas ainda é preciso frear, acelerar e alternar as trocas de marcha (para frente e para trás). O Série 7 faz tudo isso. Além do mais, assim como entrou, as manobras de saída também são autônomas. Outra função é a capacidade de memorização de manobras. As operações realizadas frequentemente (por exemplo, estacionamento na garagem de casa ou na do trabalho) ficam arquivadas, e tudo o que o motorista tem de fazer é acionar a função, e o carro realiza o trabalho.