Três perguntas para...
especialista em medicina comportamental pela Unifesp
• O que ajuda a explicar a recorrência de ataques em escolas praticados por estudantes adolescentes? Em geral, as pessoas acabam demonstrando comportamentos patológicos próximos da região em que vivem, foram criadas ou estudam. Elas entendem que a arma de fogo ou a faca é uma forma de exercer poder sobre os outros, subjugá-los. Estamos falando de jovens extremamente fragilizados no sentido social, comportamental e mental. Isso provavelmente já existia desde a infância, de 0 a 7 anos de idade, questões relativas ao comportamento, à personalidade. Atualmente, temos visto aumentar o número de casos de agressividade em escolas, casos com professores, entre alunos.
• Como tratar o tema no âmbito das discussões escolares com os colegas? Podemos e devemos atuar de forma preventiva, incentivando debates, palestras, aulas e supervisões com profissionais de saúde e educação que abordem todos esses temas. Todos esses casos servem de motivação para que outros jovens planejem ou se aliem a essa ideia de planejar ataques. Temos de promover um resgate da educação, do respeito às diferenças e ao próximo. Nós não devemos esperar que ocorram os massacres. Temos de ter cursos e treinamentos para situações de crise e tragédia, seja em escolas, creches, igrejas, orfanato, em todos os lugares.
• O que pode favorecer essa mobilização para evitar que os casos se repitam em escolas ou em outros ambientes? Precisamos tratar a questão da saúde mental em empresas, escolas e outros ambientes como algo do alicerce do ser humano.