Após refinaria, Acelen mira etanol e prevê mais três unidades de negócios
Acompra da Refinaria de Mataripe, ex-landulpho Alves (Rlam), na Bahia, foi apenas a porta de entrada do fundo de investimento em participações (private equity) Mubadala Capital no setor de energia no Brasil. O grupo árabe elegeu o País como uma das suas prioridades no mundo e pretende avançar em segmentos como etanol e outros biocombustíveis (diesel renovável, bioquerosene de aviação, hidrogênio), além da produção de energia eólica e solar. Segundo o presidente da Acelen, Luiz de Mendonça, o braço do fundo árabe no País deverá ter pelo menos duas ou três novas unidades de negócios. “A visão da Acelen é de que não entrou no refino para ficar só no refino. A tese do Mubadala é que o Brasil é um tremendo centro criador de valor para todo tipo de energia”, afirmou.
Fundo fez oferta por BP Bunge
O Mubadala Capital é controlado pelo fundo soberano de Abu Dhabi e tem outros grandes investidores. Esta semana, fez a melhor oferta pela joint venture de etanol BP Bunge Bioenergia, terceira maior processadora de cana do mundo. Se a compra for bemsucedida, marcará a entrada da Acelen no segmento.
Empresa exporta combustível de navios
Dona da primeira refinaria privatizada de grande porte no Brasil, a Acelen pode avançar novamente em combustíveis fósseis. Segundo Mendonça, a empresa olha as outras refinarias à venda pela Petrobras. Com prioridade no mercado interno, a refinaria exporta produtos como bunker (combustível de navios) para Cingapura.
• APAGÃO. A Agência Nacional de Petróleo (ANP) não divulgou o preço médio semanal do gás de cozinha (GLP). A ANP atribui a falta de informações à troca da empresa terceirizada responsável pelo levantamento. Não há, portanto, informações sobre como variou o preço do botijão, mesmo após a Petrobras ter baixado o valor cobrado pelo insumo nas refinarias duas vezes em setembro.
• RESISTENTE. Nas últimas três semanas, o preço médio do botijão de gás de 13 quilos ao consumidor vinha experimentando leves altas, saltando da faixa de R$ 111, na qual estava estacionado desde meados de julho, para R$ 113,25 na semana encerrada em 17 de setembro.
• PERTO DO PICO. O aumento ocorria a despeito de a Petrobras ter baixado o valor nas refinarias duas vezes em setembro. O pico histórico do preço foi na última semana de março, quando chegou a R$ 113,63, antes dos esforços do governo para conter preços de energia. Medidas que se tornaram bandeira de campanha eleitoral.
• TROCA. Em nota, a ANP informou que a lacuna na divulgação, praxe das sextas-feiras, deve-se ao fim do contrato com a empresa terceirizada que fazia o levantamento, há dez dias. O novo contrato para o serviço, agora com Triad Research, passa a valer só em 26 de setembro. Nesse hiato de duas semanas, informou a ANP, foram divulgados dados cedidos gratuitamente pela Triad, mas apenas sobre combustíveis automotivos e em nível nacional, sem desagregar por Estado e município, como de costume.
• BILIONÁRIO, SIM. A revista Forbes divulgou nesta semana uma lista de bilionários ‘selfmade’, ou seja, que ficaram ricos por seus próprios meios. A lista, no entanto, não incluía André Esteves, do BTG Pactual. O banco, então, solicitou a inclusão do nome, o que levou à correção da lista (Esteves entrou na 5.ª posição, modificando as posições de outros empresários). Não satisfeito com a correção na revista, procurou veículos de imprensa que haviam republicado a lista pedindo a mesma correção.
• VOLUME. As linhas de crédito digital para o financiamento do capital de giro de micro, pequenas e médias empresas oferecidas pela Desenvolve SP chegaram a R$ 1 bilhão em empréstimos desde sua criação, em 2016. A agência de fomento do Estado de São Paulo emprestou recursos em 6,7 mil operações no período, quase 93% delas para micro e pequenas empresas. Com a forte demanda do segmento, os empréstimos têm crescido ano a ano.
• TORNEIRA. Em 2021, por exemplo, foram R$ 243,7 milhões em 2,2 mil operações. Neste ano, até agosto, já foram desembolsados R$ 222 milhões em cerca de mil operações. O momento é de apetite: outro programa voltado a MPES – o Pronampe – já superou neste ano a rodada de 2021, com R$ 27,2 bilhões concedidos.
• MISTURA. O Desenvolve SP capta recursos em fontes nacionais, como o BNDES, internacionais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento, e usa capital próprio. Na linha digital, 59% dos recursos vieram do banco federal, e 41%, do capital próprio.