Bolsonaro reforça críticas a Moraes e diz que ministro trabalha para Lula
Durante live ao lado de Tarcísio de Freitas, presidente afirma que chefe do TSE atua para prejudicar candidatura à reeleição
O presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, usou parte do tempo da transmissão ao vivo de ontem nas redes sociais para atacar o ministro Alexandre de Moraes, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Tudo o que Alexandre de Moraes faz, e não é de hoje, é para me prejudicar e ajudar Lula”, disse o presidente, citando o candidato petista que lidera as pesquisas de intenção de voto na eleição presidencial deste ano. Em seguida, Bolsonaro voltou a levantar dúvidas sobre o processo eleitoral. “Espero que nada de anormal aconteça”, disse o presidente.
Moraes voltou a ser alvo de Bolsonaro após autorizar, nesta semana, a Polícia Federal a quebrar o sigilo bancário e telefônico do ajudante de ordem da Presidência, Mauro Cesar Barbosa Cid. A corporação apontou suspeitas de que movimentações financeiras foram destinadas a pagar contas pessoais da família presidencial e de pessoas próximas da primeira-dama Michelle Bolsonaro – o caso foi revelado pela Folha de S. Paulo.
Moraes abriu ontem inquérito para apurar de onde partiu o vazamento das informações sobre a investigação. Na live, no entanto, Bolsonaro atribuiu a Moraes o vazamento para a imprensa. “Alexandre, quem vazou foi você! Seja homem, Alexandre”, afirmou o presidente. “É o tempo todo atazanando minha vida.”
Bolsonaro citou como exemplo a decisão liminar do TSE que o proibiu de usar prédios e equipamentos públicos, como o Palácio da Alvorada, para fazer lives de cunho eleitoral. “É como a minha live aqui. Estou escondido”, disse o presidente, sem revelar de onde estava fazendo a transmissão ao vivo. Ele apresentou a live ao lado do ex-ministro de Infraestrutura Tarcísio de Freitas, candidato do Republicanos ao governo de São Paulo.
SUPREMO. Bolsonaro também criticou o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pela decisão que suspendeu uma ação de cobrança de R$ 18 milhões em impostos de Lula e do instituto que leva o nome do petista. Segundo Gilmar, a cobrança estava amparada em decisões da Operação Lava Jato consideradas ilegais pela Corte.
Mais cedo, Bolsonaro participou de uma motociata em Santos, no litoral paulista e, ao discursar, voltou a chamar Lula de “o maior ladrão da história do Brasil”. •