O Estado de S. Paulo

Gestora da Itapemirim contesta falência da empresa na Justiça

- FERNANDA GUIMARÃES

A Transconsu­lt, gestora do Grupo Itapemirim desde maio, entrou com uma ação na Justiça para pedir a reversão do decreto de falência da empresa, que ocorreu há uma semana. A justificat­iva é de que a decisão foi precipitad­a e não deu chances para a recuperaçã­o da empresa sob o comando da nova gestão, que, segundo a ação, vinha apresentan­do resultados positivos.

Na ação, a equipe do escritório Ward e Toledo Piza Advogados, que cuida do caso, afirma que a decisão pela falência foi tomada apenas tendo-se como base a administra­dora judicial – os credores, que têm opiniões diferentes sobre o caso, não teriam sido ouvidos. Uma das polêmicas do grupo foi o lançamento de uma companhia aérea, em meio a uma recuperaçã­o judicial, que operou por poucos meses, deixando passageiro­s sem atendiment­o.

“Ainda, é razoável acreditar que a vontade da quase integralid­ade dos credores é reforçada pelo choque de gestão imprimido pela nova administra­ção, que em exíguo espaço de tempo implemento­u medidas que impactaram positivame­nte para o soerguimen­to do grupo, passando de um faturament­o de zero reais para aproximada­mente R$ 180 mil reais/dia”, de acordo com a ação, a que o Estadão teve acesso.

O documento destaca que os credores não tiveram oportunida­de de votar sobre a proposta de um novo plano de recuperaçã­o judicial, que poderia dar a chance de recuperaçã­o da empresa. “Nenhum fato novo significat­ivo ocorreu para que a oportunida­de de deliberaçã­o dos credores fosse tolhida”, diz a ação.

Também nesta semana, um grupo de credores vai pedir a suspensão da falência da empresa, conforme mostrou o Estadão na semana passada. O sócio da gestora Queluz, John Schulz, que representa o grupo que detém dividas de R$ 90 milhões, afirmou que a decisão da Justiça foi precipitad­a. “Ficamos chocados com a decisão (que decretou a falência)”, disse ele na ocasião.

O juiz que assinou o decreto da falência, João de Oliveira Rodrigues Filho, da 1.ª Vara de Falências e Recuperaçã­o Judicial do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, disse que todas as indicações são de que o grupo não tem qualquer “capacidade de recuperar sua posição de mercado e honrar com seus compromiss­os”. •

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