Argentino Niño Gordo está em alta
Assim que puder, trate de pôr a capital argentina no seu roteiro de viagem. O cenário gastronômico de Buenos Aires está bom para os brasileiros, com a combinação de excelentes restaurantes – comandados por chefs jovens e talentosos – e ótimos preços, graças ao câmbio favorável. Come-se bem gastando menos da metade do que se gasta em refeição equivalente por aqui. No caso dos vinhos, então, a diferença é brutal, especialmente nas lojas.
Um dos restaurantes mais irreverentes e deliciosos do momento é o Niño Gordo – há fortes rumores de que estará na lista dos 50 Melhores Restaurantes da América Latina em 2022, a ser anunciada em novembro.
Prepare-se para ser surpreendido pelo ambiente, pelo humor, pela cultura pop nas paredes e, principalmente, pela comida deliciosa do estilo “parrilla asiática”. O que isso quer dizer? Um cardápio com pratos da cozinha chinesa, japonesa, vietnamita, coreana e tailandesa combinados com produtos argentinos e toques autorais dos donos e chefs Germán Sitz e Pedro Peña. Bem bom.
Mesmo mudando sempre, o menu tem alguns clássicos imperdíveis, começando pelo tataki – fatias de bife de chorizo seladas na parrilla, montadas sobre arroz japonês e, por cima de tudo, gema curada e emulsão de wasabi. Tem quantidade limitada – 40 unidades por noite – e a carne, da família de Germán, nos Pampas, leva dois anos para ser produzida. A dica é reservar os primeiros horários do restaurante (são três por noite).
O tataki está na carta desde a inauguração, há nove anos, quando o bairro mantinha o estilo boêmio barra-pesada de que o morador mais ilustre, Jorge Luis Borges, não gostava.
O Niño Gordo foi um dos pioneiros a embarcar na onda que atraiu para Palermo artistas, produtoras de cinema, designers e restaurantes. A fachada, com enorme grafite de um bebê gordo, faz parte da história recente do bairro. E antecipa o clima do salão vermelho, com o teto forrado por luminárias chinesas vermelhas e luzes de néon.
São 12 pratos ao todo. O katsu sando, de proporções gigantescas, é imperdível, feito com corte nobre e alto à milanesa e maionese japonesa em pão de brioche. Outro bom prato é o bife de chorizo, servido em pedaços com alface, wakame, arroz e ssamjag, uma pasta coreana picante de soja fermentada. O bonito a la plancha chega escondido embaixo de folhas de espinafre e curry. O arroz frito picante com camarão e lagostins vale a pedida.
Os preços dos pratos vão de 1.740 pesos o tataki a 4.200 pesos o bife de chorizo. Na semana passada, o câmbio estava de 47 pesos para R$ 1. Rappi. •