Ron DeSantis ainda não pode ser descartado
Apesar dos céticos, a candidatura do governador da Flórida, Ron DeSantis, ainda tem força. Se Donald Trump é favorito, ainda é cedo para declará-lo inevitável. Como DeSantis fará sua campanha será decisivo.
Primeiro, ele terá de arrecadar muito dinheiro desde o início, continuar a colecionar apoio de autoridades estaduais e conquistar corações e mentes de ativistas e organizadores de eventos republicanos nos primeiros Estados das primárias.
Nada disso é fácil. Mas, com apoio significativo de doadores republicanos, é factível. Mais do que isso, um candidato presidencial precisa de uma narrativa pessoal que se encaixe com sua mensagem política.
Quem é DeSantis? Ele passou os últimos meses falando sobre seu histórico na Flórida mais do que sobre si mesmo, o que é admirável de certa forma. Mas as políticas não contam uma história. Muito se tem falado sobre o distanciamento de DeSantis. Não há dúvida de que ele não é um político estilo Bill Clinton, que se alimenta de pessoas. Para ele, a política de varejo é claramente um trabalho duro, mas que precisa ser feito.
Ele precisará também firmar os pés em questões complicadas nas primárias republicanas. Grande parte de seu discurso anti-Trump será baseada na elegibilidade. Não há dúvida de que o ex-presidente jogou fora uma corrida que poderia vencer em 2020 – DeSantis precisará dizer que ele realmente perdeu – e teve uma grande influência no decepcionante desempenho nas eleições legislativas de meio de mandato do Partido Republicano, no ano passado.
RISCOS. Com toda a probabilidade, DeSantis teria muito mais facilidade para vencer Biden do que Trump, com base apenas no contraste geracional. Mas há limites para esse argumento. Trump também é competitivo com Biden nas pesquisas.
O risco para DeSantis é que sua candidatura assuma a condição de favorito do establishment, quando ele está perseguindo um populista insurgente que, por um acaso, já foi presidente dos EUA. •