Víssimo, dona de Evino e Grand Cru, promove troca no comando
Os funcionários da Víssimo Group, holding criada após o e-commerce Evino adquirir a importadora Grand Cru, em outubro de 2021, foram surpreendidos ontem com o tema da reunião geral, realizada a cada 15 dias. O CEO da holding, Alexandre Bratt, usou o microfone para anunciar o seu desligamento da companhia. Em seu lugar, assumem, como coCEOs Ari Gorenstein e Marco Leal. Os dois fundaram a Evino em 2013 e, com a fusão das duas empresas e a criação do grupo Víssimo, haviam perdido este cargo.
“Foi o fim de um ciclo, e sempre soube da temporalidade da minha cadeira”, afirmou ao Estadão Alexandre Bratt, na manhã de ontem, enquanto preparava o seu pronunciamento para os funcionários. “Minha missão era garantir que a integração entre as duas empresas fosse suave”, disse.
Com carreira na área de gestão de empresas, Bratt chegou ao comando da Grand Cru em 2019, quando a importadora ainda pertencia ao fundo de private equity Aqua Capital. Uma das suas funções era encontrar um comprador para a companhia.
“Houve um entendimento entre os acionistas e o management (gestão) que fazia sentido mudar o ciclo agora. Bratt ajudou a alicerçar as bases para o nosso crescimento, mas faz sentido agora trazer os fundadores originais aos acionistas para este novo ciclo”, afirma Gorenstein. Além de reassumir o posto de co-CEO, Goreinstein vai continuar como diretor de produtos da Víssimo, cargo que havia assumido com a constituição da holding.
Criada em 2021, a Víssimo hoje ocupa atualmente o terceiro lugar entre os maiores importadores de vinho no Brasil. A liderança cabe à Wine, que no início de 2021 comprou a importadora Cantu, e o segundo lugar é ocupado a VCT, o braço brasileiro da gigante Concha y Toro no Brasil, no ranking da Ideal Consulting. Mas, no ano passado, o fim do distanciamento social trouxe forte retração à venda online, que é o foco da Evino.
Retração Com o fim das restrições da pandemia, recuou a venda online de vinhos, que é o foco da Evino
Pelos dados da Ideal, a Evino registra, nos primeiros três meses do ano, queda de 37,2% em volume de importação e de 29,1% em valor. A Grand Cru, por sua vez, tem uma retração menor: de 10,9% em volume e 1,4% em valor, no mesmo período. No trimestre, as importações de brancos e tintos registraram uma queda de 9%, na comparação com igual período do ano passado. •