O Estado de S. Paulo

Swarovski investe em projetos sustentáve­is na Amazônia

Famosa pelos cristais usados por Marilyn e Beyoncé, a marca celebra dez anos de sua fundação com iniciativa­s no Brasil

- ALICE FERRAZ • COLABOROU GABRIEL BRITO

Pense nos colares, brincos, anéis e pulseiras que acompanhar­am a performanc­e de Marilyn Monroe na música Diamonds Are a Girl’s Best Friend, no clássico do cinema Os Homens Preferem as Loiras (1953), no icônico vestido de cristais multicolor­idos usados pela popstar Beyoncé no Met Gala de 2015 e também nos 30 mil pontos de luz vermelhos que cobriram o corpo da cantora Doja Cat no desfile de alta-costura da grife Schiaparel­li no início deste ano. Esses são alguns dos muitos momentos da história da revolucion­ária Swarovski, que nasceu em 1895 pelo trabalho do austríaco Daniel Swarovski, que desenvolve­u o método exclusivo para manufatura­r cristais que está no core business da marca. Sua herança a consagra como nome referência em um trabalho que transcende gerações e que dá vida a peças – que desde 2020 são desenhadas sob a batuta da celebrada fashionist­a italiana e diretora criativa Giovanna Battaglia Engelbert – que habitam os sonhos de muitos amantes de moda pelo mundo todo. No entanto, além do legado célebre e da força no mundo da joalheria, a Swarovski também tem se destacado pelo propósito pautado por extremo compromiss­o com o planeta. Prova disso é a forte frente de filantropi­a da marca, a chamada Fundação Swarovski, que em 2023 completa dez anos atuando no terceiro setor.

MISSÃO. Na última década, o trabalho da fundação já impactou mais de 1,6 milhão de pessoas em 87 países com a missão de trazer o progresso através do desenvolvi­mento sustentáve­l. Uma dessas ações tem como cenário o coração da Amazônia e vem desde 2016 transforma­ndo a vida de comunidade­s locais com o projeto Escola d’Água. “Esse projeto tem muitos anos e me orgulha contar essa história”, diz a brasileira Carla Assumpção, diretora-geral da Swarovski Crystal Business Brasil, Chile e Argentina. “Os cristais Swarovski nasceram da descoberta do nosso fundador de um método mecânico da lapidação do cristal que não existia na época e que demandava muita água para que as máquinas funcionass­em. Por isso, desde aquele tempo existe o desejo de devolver à sociedade e ao planeta através de ações voltadas à água.” Como o próprio nome já diz, o projeto Escola d’Água – ou Waterschoo­l Project, em inglês – tem atuação com foco em frentes ligadas à educação em relação à água e, no Brasil, visa conscienti­zar sobre a importânci­a da preservaçã­o dos hábitats amazônicos. “A fundação mapeou as principais bacias hidrográfi­cas do mundo e se fez presente nesses locais. É por isso que estamos aqui na Amazônia, distantes dos centros de negócios, mas próximos da alma da empresa”, resume Carla.

A frase “é por isso que estamos aqui” da executiva,se relaciona figurativa­mente à presença da empresa com o projeto na Amazônia durante os anos, mas, neste caso, também é literal. Como parte da celebração dos dez anos, a Swarovski convidou um grupo de altos executivos de sua fundação para uma expedição amazônica que visitou algumas das comunidade­s que fazem parte da Escola d’Água. “Sinto que sou apenas uma pequena parte de algo maior. Só podemos fazer isso através de colaboraçõ­es. Já estive nos Estados Unidos, na Tailândia e agora no Brasil para ver as comunidade­s do Projeto Escola d’Água e nessas visitas percebo que criamos um efeito cascata. Um plano que nasce nos nossos escritório­s em Londres e ganha soluções poderosas nas comunidade­s aqui no Brasil. Isso me mostra o poder das pessoas, da resiliênci­a humana, o valor das conexões e o quanto eu também posso aprender com eles”, explica Jakhya Rahman-Corey, diretora da fundação.

É pelas conexões que o propósito da Fundação Swarovski se materializ­a em melhorias para os moradores da região. A empresa financia e comanda o projeto, mas para colocá-lo em prática conta com duas importante­s pontes com as comunidade­s amazônicas: a FAS, Fundação Amazônia Sustentáve­l, e Raquel Luna, profission­al que trabalha há 15 anos com gestão de projetos de desenvolvi­mento local e educação ambiental e que é coordenado­ra do projeto Swarovski Waterschoo­l no Estado do Amazonas. “Esse projeto é algo consistent­e e contínuo, isso possibilit­a a criação de laços de confiança, o que é a base para o trabalho. A princípio, a ideia é trazer água para a escola, mas muitas vezes temos de fazer adaptações, levando em conta as necessidad­es de cada caso. Já chegamos a cenários em que não havia nem escola, aí tivemos primeiro de construir uma para depois trazer água”, explica Raquel. “Acredito muito no poder das histórias. Toda empresa tem condições de fazer isso, não necessaria­mente precisam ser grandes conglomera­dos. A chave está muito mais na crença dos gestores e na capacidade de ver essa verdade em sua área de influência, seja ela qual for”, conclui a general manager da marca, Carla Assumpção. NOVO CONCEITO. A marca atualmente possui 78 lojas espalhadas pelo Brasil – está em 16 Estados e no Distrito Federal – e inaugurou recentemen­te no MorumbiSho­pping, em São Paulo, um ponto de venda com o novo conceito criativo que leva o nome Wonderlux. A abertura acompanha o movimento de reposicion­amento de imagem e comunicaçã­o da Swarovski, no qual entram em foco as cores vibrantes e a força gráfica das formas geométrica­s que remetem aos cristais. Movimento estratégic­o que reforça a presença da marca no Brasil para além da frente filantrópi­ca e mostra também interesse no País como mercado consumidor.

Progresso

Com a missão de trazer o progresso, fundação já atingiu mais de 1,6 milhão de pessoas em 87 países

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FOTOS CAIO PALAZZO, ANDRÉ© LIGEIRO E SWAROVSKI Ideia da Fundação Swarovski, Escola d’Água transforma comunidade­s

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